Ciência e Saúde

Cérebro funciona de forma diferenciada durante TPM mais intensa

Segundo cientistas, a ocorrência do transtorno pode ser prevista uma semana antes por meio de exames de neuroimagem

Bruna Sensêve
postado em 13/10/2013 08:01
;Mas essa tal de TPM está arruinando a minha vida, bandida, bandida. Eu não sei quem ela é, eu não sei o que fazer. Quando chega o dia dela, minha mulher quer me bater;, canta a irreverente banda de rock paulistana Velhas Virgens, em Essa tal de TPM. Mesmo de forma cômica, os músicos captaram a percepção de quem convive com os desníveis de humor e de comportamento que acometem cerca de 80% das mulheres. Ainda que comum, a tensão pré-menstrual não tem explicação.

A comunidade científica já testou uma série de possibilidades sem que ao menos uma se confirmasse por completo. A pesquisadora Inger Poromaa, professora de obstetrícia e ginecologia do Departamento de Saúde das Mulheres e das Crianças da Universidade de Uppsala, na Suécia, pode estar chegando lá.

Ela apresentou os resultados de um trabalho com mulheres diagnosticadas com o transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM) ; uma espécie de TPM mais intensa ; no 26; Congresso Europeu de Neuropsicofarmacologia, na última semana, na Espanha. Segundo Poromaa, durante a fase do ciclo menstrual em que os sintomas do transtorno se manifestam, as mulheres também apresentam uma função cerebral diferenciada.



Não só isso: essa maior reatividade no cérebro pode ser visualizada em uma fase anterior do ciclo, prevendo uma certa vulnerabilidade ao transtorno. Para chegar às conclusões, a ginecologista submeteu 29 mulheres (15 com TDPM e 14 saudáveis) a exames de ressonância magnética no fim da fase folicular e durante a fase lútea do ciclo menstrual.

Só paliativos

Segundo cientistas, a ocorrência do transtorno pode ser prevista uma semana antes por meio de exames de neuroimagem

Sem uma causa definida e comprovada, não há um tratamento curativo para a tensão pré-menstrual (TPM) e sua versão mais grave. Hoje, mulheres buscam formas de pelo menos amenizar os sintomas dos transtornos. Uma vez por mês, Geruza Cássia de Oliveira, 34 anos, começa a discutir com o computador, dar respostas atravessadas aos colegas e não tolerar ingênuos questionamentos da família.

;Muita irritabilidade, paciência zero. Dou umas patadas e nem percebo. Depois disso, ou tenho uma grande euforia ou uma depressão inexplicável;, relata. A bancária considera seus sintomas totalmente emocionais, sem muito reflexo fisiológico. A reclamação é generalizada. ;Eles viram para mim e falam: ;Você está de TPM;. Eu penso: ;Será?; Olho no calendário e é mesmo.;

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