Ciência e Saúde

Mudanças climáticas já comprometem desenvolvimento de vegetação, diz estudo

Estudo conduzido por consórcio internacional de cientistas constata que as mudanças climáticas já comprometem, de maneira visível, o processo de desenvolvimento da vegetação, numa ameaça real ao ecossistema. Semiárido brasileiro foi uma das áreas pesquisadas

postado em 02/11/2013 10:52
Manada de elefantes no Samburu National Reserve, localizado no Quênia: problemas nas regiões áridas podem afetar 38% da população mundial O desequilíbrio ambiental causado pelas mudanças climáticas já deixa marcas nas regiões áridas de todo o mundo. A umidade abaixo do comum nas áreas de clima seco resulta em uma falta de nutrientes para plantas e animais, causando uma reação em cadeia que pode mudar para sempre esse tipo de ecossistema. O alerta é de um grande consórcio internacional de pesquisadores, que analisou o solo de 224 regiões de todos os continentes em busca de variações nos componentes químicos que alimentam as espécies locais. O prejuízo, relatam os cientistas em artigo publicado na revista Nature, já é visível em todo o globo. A mudança, agravada pela ação do homem, pode afetar os 38% da população mundial que dependem dos ecossistemas áridos para sobreviver. Essas regiões cobrem 41% da superfície terrestre, onde uma delicada dinâmica garante que, mesmo em um clima brutal, plantas possam continuar crescendo e mantendo a prosperidade da fauna local. Mas a falta de chuvas elevou a aridez dessas áreas a níveis ainda mais altos que o normal, alterando os processos biológicos e geoquímicos responsáveis pela manutenção dos ciclos de nutrientes que controlam as principais funções do ecossistema. Depois de analisar amostras de solo de todo o mundo, inclusive do semiárido brasileiro, os cientistas constataram que essas áreas sofreram uma perda de carbono e nitrogênio, dois nutrientes essenciais para o crescimento vegetal que estão ligados a fenômenos como a fotossíntese e à decomposição biológica. Com menos água, as plantas são afetadas, e não podem cumprir seu papel no ciclo dos elementos essenciais.

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