Ciência e Saúde

Agente da 'peste negra' nunca desapareceu da Terra, dizem cientistas

A peste provocou três ondas de epidemia mundial, responsáveis pela morte de 200 milhões de pessoas

Agência France-Presse
postado em 12/12/2013 20:13
Paris - A peste, que castiga duramente a ilha de Madagascar, onde matou 39 pessoas, segundo o ministério da Saúde malgache, é uma doença conhecida desde a Antiguidade, provocada por uma bactéria que jamais desapareceu da face da Terra. O agente da "peste negra" foi descoberto em 1894 pelo francês de origem suíça Alexandre Yersin, do Instituto Pasteur. Por este motivo, seu nome científico é "Yersinia pestis".

A peste provocou três ondas de pandemia (epidemia mundial), responsáveis pela morte de 200 milhões de pessoas. No século XIV (entre 1347 e 1350), a doença matou um terço da população europeia. Associada a condições de vida insalubres, a peste é uma zoonose (doença animal transmitida ao homem) que costuma se propagar do rato para o ser humano por intermédio da picada da pulga do roedor.

A peste bubônica se manifesta por febre alta e um inchaço dos gânglios linfáticos na região da picada, que supuram e ficam enegrecidos. Ela pode evoluir para uma septicemia (infecção generalizada), que mata em 36 horas ou, quando a bactéria atinge os pulmões, se transformar em peste pulmonar, mortal em três dias na falta de tratamento apropriado.



Forma mais perigosa da doença, a peste pulmonar, muito contagiosa, se transmite por via aérea de pessoa a pessoa, pela inalação de gotículas expelidas pelos doentes ou, em um cenário de bioterrorismo, por aerossóis infectados dispersos por helicóptero ou um sistema de ventilação. Antibióticos são usados para tratar a infecção.

Em pleno século XXI, a peste ainda causa estragos no mundo, como demonstra o caso mais recente de Madagascar, mas também da África (onde uma epidemia no Congo afetou os funcionários das minas de ouro e diamantes), além de registros na Ásia - especialmente na China e no Afeganistão -, segundo um estudo recente.

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