Ciência e Saúde

Técnicas de imagem cerebral especificam o nível de consciência em um coma

A primeira tem relação com a atividade metabólica e usa um marcador específico para isso, a glicose

Bruna Sensêve
postado em 16/04/2014 07:05
O grande ídolo das pistas de fórmula 1 Michael Schumacher está internado, há quatro meses, no Hospital de Grenoble, na França, após sofrer um grave acidente ao esquiar pelos Alpes. Mesmo sem despertar totalmente do coma induzido, a agente dele informou, no início desta semana, que o heptacampeão já apresenta ;sinais de consciência;. No entanto, a equipe médica é muito reticente em declarar que isso possa representar qualquer tipo de melhora e em fazer qualquer menção ao prognóstico do piloto alemão. O cuidado é resultado da grande dificuldade em determinar em qual nível de consciência se encontra uma pessoa desacordada. Pesquisadores da Bélgica acreditam estar mais próximos dessa definição, conforme trabalho publicado hoje na Lancet.

A primeira tem relação com a atividade metabólica e usa um marcador específico para isso, a glicose

O cientista Johan Stender e colegas do Hospital da Universidade de Li;ge relatam o uso de duas técnicas de imagem cerebral para melhorar a precisão do diagnóstico e do prognóstico em 126 pacientes com lesão cerebral grave, sendo 81 em estado minimamente consciente, 41 com síndrome de vigília sem resposta, conhecida como estado vegetativo, e quatro com a síndrome de encarceramento ou de locked-in. Os pesquisadores utilizaram avaliações clínicas padronizadas durante tarefas de imagens mentais. A ativação detectada pelos exames utilizados é indireta, uma vez que foram escolhidas a tomografia por emissão de pósitrons (PET) e a ressonância magnética funcional (fMRI).

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A primeira tem relação com a atividade metabólica e usa um marcador específico para isso, a glicose. Onde houver uma maior concentração de glicose, pode-se atribuir ao local uma maior atividade metabólica relacionada, consequentemente, a mais atividade cerebral. Já a ressonância magnética é feita por meio de um marcador de oxigênio, ou seja, ligada à oxigenação da área analisada. É atribuída à de maior incidência do elemento químico um maior fluxo sanguíneo e, por consequência, maior atividade. ;Nossos resultados sugerem que a imagem PET pode revelar os processos cognitivos que não são visíveis por meio de testes de cabeceira tradicionais e poderia complementar substancialmente avaliações comportamentais padrão para identificar os pacientes que não respondem ou aqueles ;vegetativos; que têm potencial para a recuperação a longo prazo;, diz Steven Laureys, um dos autores.

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