Ciência e Saúde

Grupo de cientistas reverte perda de memória em ratos com Alzheimer

Terapia consiste em injetar no hipocampo, região do cérebro que desempenha um papel importante na memória, um gene que provoca a produção de uma proteína bloqueada nos pacientes afetados pela doença

Agência France-Presse
postado em 23/04/2014 15:51
Madri - Cientistas espanhóis conseguiram pela primeira vez reverter a perda de memória em ratos com Alzheimer usando terapia genética.

Pesquisadores do Instituto de Neurociência da Universidade Autônoma de Barcelona (UAB), "descobriram um mecanismo celular envolvido na consolidação da memória e conseguiram desenvolver uma terapia genética que reverte a perda de memória em etapas iniciais em ratos modelos com mal de Alzheimer", explicou nesta quarta-feira (23/4) a UAB em um comunicado.

[SAIBAMAIS]A terapia consiste em injetar no hipocampo, região do cérebro que desempenha um papel importante na memória, um gene que provoca a produção de uma proteína bloqueada nos pacientes afetados pela doença, acrescentou a fonte, destacando que o estudo é capa da revista americana de referência The Journal of Neuroscience.



A proteína "Crtc1" (CREB regulated transcription coactivor-1) permite ativar os genes envolvidos na formação de memória de longo prazo. Nas pessoas doentes, "a formação de agregados de placas amiloides, um processo conhecido que desencadeia o Alzheimer, impede que a proteína Crtc1 atue normalmente", segundo a UAB.

"Quando se altera a proteína Crtc1, não é possível ativar os genes responsáveis pela sinapse ou por conexões entre neurônios no hipocampo e o indivíduo não consegue realizar corretamente tarefas de memória", explicou o doutor Carlos Saura, responsável pelo estudo, citado no comunicado. Segundo ele, "este estudo abre novas perspectivas para a prevenção e o tratamento terapêutico do mal de Alzheimer".

Um dos desafios principais, segundo o estudo, será agora desenvolver terapias farmacológicas que permitam ativar esta proteína. Também será preciso assegurar-se de que é possível aplicar o tratamento em humanos.

O mal de Alzheimer é a forma mais comum de demência entre idosos: com 40 milhões de afetados em todo o mundo, representa um desafio em escala mundial para os sistemas de saúde e para a ciência, que ainda não encontrou nenhum remédio para a doença.

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