Ciência e Saúde

Remédio para combater a doença do sono interrompe autismo em ratos

A descoberta reforça a teoria de que uma das principais causas do distúrbio é de origem metabólica

postado em 18/06/2014 06:00
A descoberta reforça a teoria de que uma das principais causas do distúrbio é de origem metabólica

O transtorno do espectro autista é um distúrbio que se manifesta ainda na infância e leva as crianças a terem dificuldade de estabelecer relações sociais e a se comportarem de forma repetitiva e compulsiva em alguns casos. Assim como grande parte das doenças psiquiátricas, não existe ainda um exame ou um fator biológico específico que aponte a origem do problema. Especialistas do mundo todo concordam que a origem parece estar na união de fatores biológicos e ambientais, e diversos grupos de pesquisa buscam pelas peças desse quebra-cabeça e por tratamentos que amenizem os sintomas. Um novo estudo da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, aponta para uma droga que pode ajudar nesse último objetivo.

A descoberta reforça a teoria de que uma das principais causas do distúrbio é de origem metabólica

Publicada na revista Translational Psychiatry, a pesquisa, realizada em camundongos com sintomas semelhantes ao da doença, sugere que o autismo é consequência de uma anormalidade na comunicação celular. Os pesquisadores observaram que um medicamento quase centenário utilizado para tratar a doença do sono é capaz de reverter essa falha. De acordo com Robert K. Naviaux, líder do estudo, a descoberta reforça a teoria de que uma das principais causas do distúrbio é de origem metabólica. ;Questões genéticas e ambientais interagem nas células, gerando o metabolismo;, explica. ;Mas, quando se sentem ameaçadas, as células agem de forma defensiva, alterando processos internos.;



Com essa alteração, a comunicação entre as células acaba prejudicada, numa forma de mandar ao organismo um alerta de perigo. Se essa resposta persistir por muito tempo, os prejuízos podem ser duradouros. ;Se isso ocorre durante a infância, por exemplo, o neurodesenvolvimento sofre um atraso;, comenta. Naviaux afirma que, no caso dos neurônios, a alteração leva ao estabelecimento de mais ou de menos conexões. ;Uma outra maneira de explicar: quando as células param de falar umas com as outras, as crianças param de falar;, reforça.

A partir dessa constatação, a equipe focou em um sistema de sinalização celular responsável por transmitir essa mensagem de perigo: as citocinas (moléculas geradas pela mitocôndria e desencadeadas por respostas imunes). Elas possuem funções metabólicas fora das células, regulando receptores presentes em todas as células do corpo, chamados purinérgicos. De acordo com o pesquisador, esses receptores são conhecidos por controlar várias características biológicas relacionadas ao autismo, tais como deficiência de linguagem e capacidades sociais.

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