Ciência e Saúde

Micróbios devoradores de plástico ajudam a reduzir lixo no mar

Essas criaturas microscópicas parecem estar biodegradando toneladas de rejeitos que flutuam no mar, segundo estudo de oceanógrafos da University of Western Australia, publicado no periódico científico Plos One

Agência France-Presse
postado em 19/06/2014 18:35

Perth- Micróbios podem estar contribuindo para reduzir a quantidade de lixo no mar, "comendo" o plástico que contamina as águas do planeta, informaram nesta quinta-feira cientistas australianos.

Essas criaturas microscópicas parecem estar biodegradando toneladas de rejeitos que flutuam no mar, segundo estudo de oceanógrafos da University of Western Australia, publicado no periódico científico Plos One.


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Os pesquisadores analisaram mais de mil imagens de dejetos em frente ao litoral australiano e documentaram pela primeira vez as comunidades biológicas que vivem nestas pequenas partículas de lixo, conhecidas como microplásticos.

"Parece que a degradação do plástico está acontecendo no mar", explicou à AFP Julia Reisser, uma das encarregadas do estudo. "Estou entusiasmada porque os micróbios comedores de plástico poderiam ser uma solução para melhorar os sistemas de tratamento de lixo no continente", assegurou.

Embora já tenha sido observada a existência de micróbios que comem plástico em depósitos de lixo, o estudo destaca que seus equivalentes no mar poderiam ser igualmente eficazes.

"Os micróbios terrestres precisam de água para crescer e o processo é muito caro. Mas os micróbios marinhos crescem na água salgada e poderiam ser uma foma mais barata" de reduzir o volume de lixo, afirmou Reisser.

A ação destes micróbios também poderia explicar porque o aumento de rejeitos plásticos nos oceanos não é tão importante quanto previam os cientistas, segundo a pesquisadora.

Os cientistas têm advertido reiteradamente para a ameaça dos microplásticos - partículas de plástico com menos de cinco milímetros - para os oceanos e em 2012 o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) estimou em cerca de 13.000 os pedaços de microplásticos por quilômetro quadrado de mar, um fenômeno que se intensifica no Pacífico Norte.

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