Ciência e Saúde

Homem desencadeia a sexta extinção em massa, segundo especialistas

Série de estudos divulgados na revista Science detalha o atual cenário de perda global da diversidade. Nos últimos cinco séculos, 322 espécies de vertebrados desapareceram. Em 44 anos, houve uma redução de 35% no número de invertebrados

Isabela de Oliveira
postado em 25/07/2014 07:00
Muriquis e outros primatas desaparecem principalmente das regiões tropicais

A extinção de ecossistemas e espécies atesta, ao longo dos anos, o impacto do império humano sobre a natureza. Nos últimos 500 anos, o Homo sapiens desencadeou depredações que, segundo especialistas, podem ser classificadas como a sexta extinção em massa. As outras cinco ; num universo de 600 milhões de anos ; foram provocadas por fatores diversos, como meteoritos e atividades vulcânicas. Uma série especial de estudos publicada na edição de hoje da revista Science descreve os impactos e as consequências do atual cenário de ameaça global à biodiversidade.

Para se ter uma ideia, desde 1500, 322 espécies de vertebrados foram riscadas da lista de animais vivos, enquanto 25% dos bichos restantes enfrentaram um declínio na quantidade de representantes. Os dados foram compilados por uma equipe internacional de pesquisadores. Um deles é Mauro Galetti, professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Com Rodolfo Dirzo, principal autor do estudo, o brasileiro discute os padrões e os efeitos do impacto antropogênico contemporâneo nos animais terrestres. O objetivo é retratar a natureza do declínio das espécies, além de avaliar os resultados em profundidade.



Dirzo, da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, cunhou o termo defaunação para descrever a escalada da extinção das espécies. A palavra é prima da bem conhecida desmatamento, ligada à devastação das matas. ;O termo foi desenvolvido por Dirzo, que o apresentou em um congresso no Brasil, na Universidade Estadual de Campinas, quando eu ainda era aluno. Isso foi entre 1988 e 1990. No meio acadêmico, as pessoas pensam que o desmatamento é o grande problema, mas, na realidade, é só mais um. Existem áreas continuas de flora que não têm mais fauna;, explica Galetti.

Ao contrário da maioria dos trabalhos que analisa os efeitos da ação humana sobre a extinção das espécie, a pesquisa descrita hoje na Science preferiu observar o desaparecimento local das populações. Os autores acreditam que a extinção de um grupo de animais tem um grande impacto, mas o aniquilamento de vários afeta mais ainda os ecossistemas. Uma diferença interessante observada pela equipe, por exemplo, é que a extinção de populações locais avança muito mais rapidamente do que a de uma única espécie.

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