Ciência e Saúde

Gengibre amargo combate espinhas, demonstram estudos japoneses

O pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) doutor em biotecnologia e recursos naturais Carlos Cleomir diz que as propriedades dessa planta para a produção do sabonete foram descobertas a partir de pesquisa para cura do cânce

postado em 28/07/2014 08:00 / atualizado em 22/10/2020 18:46

Carlos Cleomir, pesquisador à frente do trabalho:

Belo Horizonte — Usado apenas para a decoração de interiores em razão da sua exótica flor em formato de bastão, o Zingiber zerumbet, popularmente conhecido como gengibre amargo, agora pode significar um importante recurso no combate à acne vulgar, problema que atinge cerca de 90% dos adolescentes no país. Até outubro, estará à disposição no mercado um sabonete produzido a partir de óleo essencial do rizoma da planta, que tem eficácia confirmada, em pesquisa que se estendeu por mais de 15 anos, como antibactericida, vasodilatador, antioxidante e cicatrizante. Estudos japoneses demonstraram ainda que o gengibre amargo, espalhado em quase toda floricultura e interior do estado do Amazonas, detém componente ativo com potente atividade citotóxica.

E não fica só nisso. O pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) doutor em biotecnologia e recursos naturais Carlos Cleomir diz que as propriedades dessa planta para a produção do sabonete foram descobertas a partir de pesquisa para cura do câncer, doença contra a qual se mostrou eficiente quando acomete a pele, o fígado e o cólon. “Estamos desenvolvendo vários outros produtos, desde alimentos — iogurtes e geleias — até cosméticos”, afirma Cleomir.



O sabonete do gengibre amargo, de acordo com o pesquisador, está em fase final de testes com voluntários para a análise de cor e odor do produto. Em seguida, ocorrerá a validação. Cerca de 20 adolescentes usam o produto, que tem entre 50g e 60g, durante um mês. O sabonete é aplicado duas vezes por dia e, em razão da falta de toxicidade, deve permanecer na pele por três minutos. Depois, explica Cleomir, é só retirá-lo com água. O pesquisador diz que o primeiro produto genuinamente amazônico vai chegar ao mercado com preço que deve variar entre R$ 15 e R$ 20, garantindo um tratamento de baixo custo para a população.

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