Ciência e Saúde

Câncer escapa da barreira cerebral; estudo pode auxiliar o tratamento

Células tumorais saem da cabeça e chegam à corrente sanguínea de pacientes com glioblastoma uniforme

Vilhena Soares
postado em 31/07/2014 07:15
O glioblastoma uniforme é o tumor maligno cerebral de maior incidência entre adultos. Até então, acreditava-se que os mecanismos de proteção da cabeça impediam que as células doentes se espalhassem pelo resto do corpo. Porém, um estudo publicado na edição desta semana da revista Science Translational Medicine mostra que essa barreira não é totalmente eficaz. Investigadores da Alemanha descobriram que há pessoas com esse tipo de câncer que têm células cancerígenas também na corrente sanguínea. O estudo poderá auxiliar em tratamentos contra a doença e na triagem desses pacientes como doadores de órgãos.

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;Havia apenas um relatório que abordava essa questão. Ele foi publicado há 10 anos, mas o estudo não conseguiu detectar células do glioblastoma no sangue periférico provavelmente por causa da tecnologia insuficiente e do número baixo de doentes analisados;, conta Carolin Müller, uma das autoras do novo estudo e pesquisadora do Centro Médico da Universidade de Hamburgo-Eppendorf. Segundo Müller, na investigação da qual ela fez parte, foi usada uma técnica mais sensível, que permitiu a detecção eficaz das amostras analisadas.

Trata-se da biópsia líquida. Anticorpos de defesa do glioblastoma ; cada câncer tem um anticorpo produzido pelo organismo humano para combatê-lo ; foram desenvolvidos em laboratório e ganharam uma pequena partícula de ferro. A mistura foi aplicada em amostras de sangue de 141 pacientes com glioblastoma uniforme. Por meio de uma técnica chamada imantação ; em que um imã captura células com ferro ;, os cientistas conseguiram encontrar as estruturas cancerígenas em uma pequena parcela dos pacientes analisados. ;Nós identificamos células tumorais em circulação no sangue periférico de 29 dos 141 pacientes, ou seja, cerca de 20% de toda a amostragem apresentou a expansão até o sangue;, destaca Müller.

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