Ciência e Saúde

Estudo revela que exame de sangue pode indicar propensão ao suicídio

Cientistas estudaram amostras de 150 cérebros, entre eles os de pessoas mentalmente sadias e os de outras que sofriam de doenças mentais, algumas das quais tinham se suicidado

Agência France-Presse
postado em 31/07/2014 17:37
Um simples exame de sangue poderá, um dia, determinar a propensão de uma pessoa ao suicídio

Washington
- Um simples exame de sangue poderá, um dia, determinar a propensão de uma pessoa ao suicídio, segundo cientistas que encontraram um indicador genético da vulnerabilidade do cérebro aos efeitos do estresse e da ansiedade.

Cientistas da Universidade Johns Hopkins estudaram a forma como algumas substâncias químicas, os metilos, agem no gene SKA2, que tem um papel determinante porque suprime os efeitos dos hormônios produzidos pelo estresse. De acordo com os cientistas, se o funcionamento deste gene for afetado por uma mudança química, o cérebro é incapaz de lidar com os efeitos dos hormônios secretados pelo estresse e a ansiedade, o que poderia levar uma pessoa ao suicídio.

Os estudiosos, que tiveram o trabalho publicado nesta quarta-feira (30/7) na revista American Journal of Psychiatry, estudaram amostras de 150 cérebros, entre eles os de pessoas mentalmente sadias e os de outras que sofriam de doenças mentais, algumas das quais tinham se suicidado. Eles constataram que aqueles que tinham se suicidado apresentaram níveis muito altos de substâncias químicas que alteram o gene SKA2, impedindo-lhes de diminuir ou eliminar os efeitos dos hormônios produzidos pelo estresse.

Em seguida, fizeram exames de sangue em mais de 325 participantes em seu estudo para ver se era possível identificar os cérebros que apresentavam o risco mais elevado de suicídio, usando o mesmo biomarcador.



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Os resultados mostraram que é possível determinar com exatidão entre 80% e 90% se uma pessoa teve pensamentos suicidas ou tinha tentando tirar a própria vida apenas examinando o gene SKA2, se forem levados em conta a idade, o sexo e os níveis de estresse e ansiedade.

Este tipo de exame de sangue não estará disponível antes de pelo menos cinco anos e pode levar até dez até ser colocado em prática, disse o doutor Zachary Kaminsky, professor adjunto da Universidade Johns e autor principal desta pesquisa, citado pela rede americana CNN.

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