Ciência e Saúde

Lago da Antártida abriga ecossistema que sobrevive em condições extremas

A 800m do nível do mar, quase quatro mil tipos de micro-organismos interagem sem luminosidade e longe da atmosfera da Terra

Paloma Oliveto
postado em 21/08/2014 08:36
Em um mundo desconhecido, gelado, escuro e muito distante da atmosfera terrestre, criaturas florescem com abundância e diversidade. Não se trata, contudo, de alienígenas. Esse universo paralelo fica aqui, 800m abaixo do nível do mar, em uma das últimas fronteiras para a vida no planeta. Repousando sob o manto congelado da Antártida, o Lago Whillans, uma modesta depressão de 60 metros quadrados a apenas 640km de distância do Polo Sul, abriga 3.931 espécies de bactérias e archaea ; micro-organismos procariotas adaptados a condições extremas ;, o que faz dele um dos mais ricos ecossistemas inexplorados da Terra.



[SAIBAMAIS]No ano passado, uma expedição de cientistas de 15 instituições de pesquisa de cinco países anunciaram na revista Nature a descoberta de micróbios nas águas e nos sedimentos do lago. Agora, eles voltam a essa publicação para detalhar as amostras recolhidas nas profundezas escuras do Whillans, um dos 400 lagos escondidos do continente gelado. Estima-se que há pelo menos 120 mil anos essas formações estejam cobertas de gelo, sem receber radiação solar e nenhum sopro da atmosfera terrestre.



Para recolher as amostras, os pesquisadores fizeram uma perfuração que levou semanas para atingir 28m de profundidade. De lá, retiraram 30l de água. Cada milímetro do líquido continha nada menos que 130 mil células, densidade microbiana semelhante à encontrada no fundo dos oceanos da Terra. O que surpreendeu os cientistas foi a diversidade de espécies detectada. ;Há décadas, acreditávamos que a Antártida não apenas tinha vida, mas abrigava um ecossistema ativo sob o manto de gelo. Agora, conseguimos constatar que estávamos certos sobre isso;, diz Brent Christner, principal autor do estudo. ;Podemos dizer que estamos diante de um mundo inteiramente novo, pronto para ser explorado;, comemora Christner, que também participou da exploração de outro lago da Antártida, o Vostok.

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