Ciência e Saúde

Pesquisadores desenvolvem forma rápida de medir corantes em bebidas e balas

A técnica, desenvolvida na UFMG, também é mais barata que a atual

Paula Carolina
postado em 01/09/2014 06:05
O professor Marcelo Martins orienta os estudantes Kele Cristina (mestrado) e Bruno Gonçalves (doutorado) nos trabalhos

Belo Horizonte - Imagens geradas por equipamentos de baixo custo, como escâneres e aparelhos de telefone celular, são a essência de pesquisas feitas por alunos de mestrado, doutorado e iniciação científica do Departamento de Química da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O objetivo dos trabalhos, cuja linha de desenvolvimento é a aplicação da quimiometria (área em que se usam estatísticas multivariadas em dados químicos), é, por meio das imagens obtidas e analisadas em softwares específicos, saber a quantidade de corantes presentes em bebidas e balas. O método, que pode ser aplicado na indústria, desde que haja profissionais qualificados, é mais econômico, rápido e simples que técnicas atuais.

Como parte do trabalho de doutorado, o engenheiro de alimentos Bruno Gonçalves Botelho - com a ajuda da aluna de iniciação científica Luciana de Paula Assis e sob a orientação do professor Marcelo Martins de Sena, mestre e doutor em química analítica - decidiu verificar a quantidade do corante amarelo crepúsculo (sunset yellow) presente em refrigerantes e isotônicos de sabor laranja. Foram usadas somente bebidas em que esse era o único corante adicionado. O projeto foi financiado pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Bioanalítica (INCT-Bio/CNPq) e pelos programas Pronoturno e de recém-doutores das pró-reitorias de Graduação e de Pesquisa da UFMG, respectivamente.



;A linha de pesquisa é o uso da quimiometria aplicada na química analítica, que tem a preocupação de desenvolver métodos de análise que sejam mais baratos, mais rápidos e mais simples;, afirma o professor Marcelo Martins de Sena. No caso da verificação de presença dos corantes, ele ressalta a importância da parte econômica: enquanto um escâner custa cerca de R$ 200, os equipamentos usados no método tradicional, espectrofotômetro e cromatógrafo, têm preço em torno de R$ 30 mil e R$ 300 mil, respectivamente.

Há outras vantagens. ;No método tradicional, é preciso usar solvente para separar o corante. Isso gera um resíduo, que depois tem que ser descartado. Como no método que usamos a separação é feita pelo computador depois da leitura das imagens, não há resíduo, o que é uma vantagem também ecológica. Também não ocorre a destruição do material pesquisado, que é preservado;, continua Botelho. ;Aliás, quanto menos se manipula a amostra, melhor e menor a chance de erro;, acrescenta. Economia e tempo também estão relacionados: ;A rapidez reflete-se no que seria o preço final da análise, com economia de mão de obra. Para escanear leva-se um minuto, enquanto no cromatógrafo, gastam-se 15;, compara.

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