Ciência e Saúde

Estudo mostra que exame de urina pode detectar câncer cervical

Até 80% das mulheres sexualmente ativas foram infectadas em algum momento de sua vida com os HPV

Agência France-Presse
postado em 16/09/2014 22:26
Paris - Um simples exame de urina pode detectar os vírus do papiloma humano (HPV), responsáveis pelo câncer cervical em grande parte dos casos, somando-se ao já tradicional papanicolau, de acordo com um estudo divulgado nesta quarta-feira.

Até 80% das mulheres sexualmente ativas foram infectadas em algum momento de sua vida com os HPV, embora apenas entre 10% e 20% desenvolvam uma infecção persistente que em alguns casos pode evoluir para um câncer cervical. Nos países desenvolvidos, as mulheres devem realizar exames periódicos papanicolau para prevenir possíveis complicações oncológicas.

[SAIBAMAIS]Após reunir os resultados de 14 estudos que comparam a eficácia dos exames de urina existentes aos papanicolau, os pesquisadores britânicos chegaram a resultados bastante similares, embora o papanicolau continue sendo um pouco mais preciso, segundo o estudo divulgado no site da revista British Medical Journal thebmj.com.

A sensibilidade desses exames é "moderada" na detecção dos casos positivos e "alta" na dos negativos. A proporção de casos positivos identificados corretamente foi de 73% enquanto a sensibilidade aos casos negativos foi de 98%. A eficácia é maior quando a análise é realizada com a primeira urina do dia.

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Os estudos foram realizados com 1.442 mulheres sexualmente ativas. "A detecção dos HPV na urina é um método não-invasivo, de fácil acesso e mais aceitável para as mulheres", ressaltam os autores que acreditam que é possível melhorar a detecção em alguns subgrupos de população feminina reticentes em realizar o papanicolau.

Apesar disso, reconhecem que seus resultados deve ser interpretados com prudência devido às variações existentes entre os estudos e a ausência "de um método uniforme de detecção dos HPV na urina".

No comentário que acompanha o estudo, os pesquisadores de Manchester indicam que os exames de urina podem representar também alternativas "benéficas e baratas" nos países em desenvolvimento com carências em suas infraestruturas de saúde.

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