Ciência e Saúde

Silenciosa, doença renal ameaça 15 milhões de brasileiros

Comprometimento dos rins caminha para se tornar uma das principais epidemias do século 21

Paula Takahashi
postado em 24/09/2014 06:05
Belo Horizonte ; Quinze milhões de brasileiros têm algum grau de comprometimento dos rins, mas apenas 100 mil sabem disso. E a descoberta costuma ocorrer em um momento em que o problema está avançado, demandado a realização de diálises. Silenciosa, a doença renal crônica caminha para se tornar uma das principais epidemias do século 21, na avaliação do diretor do Núcleo de Nefrologia de Belo Horizonte, José Augusto Meneses. A previsão baseia-se na ligação com outras enfermidades que acometem cada vez mais brasileiros. ;A hipertensão arterial e o diabetes são os principais fatores de risco para o desenvolvimento de doença renal crônica;, explica Meneses.

Um terço dos diabéticos brasileiros ; cerca de 7 a 10 milhões de pessoas ; deverá apresentar perda progressiva da função renal, estima a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN). ;Mais também um terço dos 30 milhões de hipertensos também pode apresentar a evolução desse quadro;, complementa o presidente da SBN, Daniel Rinaldi dos Santos. Há que se considerar ainda a obesidade, o histórico familiar ; não apenas de doença renal como também de diabetes e hipertensão ;, o tabagismo, o consumo de anti-inflamatórios não hormonais, a dieta rica em proteína animal e sal e até o envelhecimento como agravantes para uma possível disfunção dos rins.

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Conscientizar a população e preparar a saúde pública para diagnosticar precocemente um quadro de complicação renal estão entre as principais armas da comunidade médica para conter o avanço da doença. As medidas que estão sendo tomadas nesse sentido estarão no centro das discussões do 27; Congresso Brasileiro de Nefrologia, que deve reunir 2 mil pessoas no Expominas, em Belo Horizonte, de hoje a sábado.

O grande incentivo para reforçar a campanha pelo diagnóstico antecipado veio do Ministério da Saúde, que publicou, em março, uma portaria definindo novas regras de atendimento. Elaborada em parceria com a SBN, a linha de cuidado de pacientes com doença renal crônica pretende transformar o diagnóstico precoce, o acompanhamento na atenção básica e o direcionamento para as unidades especializadas em uma rotina do Sistema Único de Saúde (SUS).

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