Ciência e Saúde

Harvard desenvolve teste que detecta o ebola em até 60 minutos

O exame não precisa ser feito em laboratório e deve custar entre R$ 0,87 e R$ 1,62. O início das vendas está previsto para o próximo ano

Roberta Machado
postado em 24/10/2014 08:53
A mudança de cores no papel indica a presença do vírus: tecnologia poderá ser usada para outras doenças
Pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, desenvolveram um teste de papel capaz de diagnosticar o vírus ebola em menos de uma hora. O exame, descrito ontem na revista Cell, pode ser usado fora do laboratório após treinamento básico. A plataforma de baixo custo foi testada com sucesso em duas diferentes cepas do vírus, incluindo a responsável pelo atual surto na África Ocidental responsável pela morte de mais de 4.800 pessoas ; o Mali confirmou, ontem, o primeiro caso da doença. Ela deve entrar no mercado no ano que vem, a um custo de poucos centavos por unidade.

A tecnologia do teste é baseada em genes artificiais. Os cientistas construíram cópias dos componentes moleculares de uma célula que são controlados por redes genéticas. Esses genes foram especialmente desenvolvidos em laboratório para funcionar com as estruturas celulares. As proteínas do vírus interagem com uma espécie de chave genética do teste e, se houver uma combinação, ela é ativada. O resultado aparece entre 30 e 60 minutos e pode ser visto por meio da mudança de cores em círculos presentes em um pedaço de papel.

O projeto começou há um ano e meio como uma tentativa de popularizar o uso da biologia sintética em pesquisas e em aplicações médicas. A técnica já era empregada em testes de laboratório há algum tempo, mas esta é a primeira vez que tem a sua eficiência comprovada fora de um ambiente controlado. Até então, essas redes de genes sintéticos empregavam células inteiras, o que torna obrigatória a adoção de medidas de biossegurança para a aplicação do método. Usando apenas partes de células, como propõem os cientistas de Harvard, esse tipo de cuidado deixa de ser necessário.



;Descobrimos que podíamos congelar as estruturas de transcrição da célula e colocá-las no papel. Isso possibilita a criação de um material que tem as propriedades fundamentais de transcrição e tradução de uma célula, mas que é estéril;, explica Keith Pardee, pesquisador do Instituto Wyss de Engenharia Biológica da Universidade de Harvard e um dos autores do trabalho.

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