Ciência e Saúde

Estudo prova que ataques a filhotes no nascimento tem razões reprodutivas

A estratégia ajudaria a aumentar o número de descendentes e a tornar o animal o mais procriador do grupo

postado em 19/11/2014 08:41
A morte de filhotes de mamíferos logo após o nascimento é um fenômeno comum e observado por biólogos há muitos anos. Cientistas do Reino Unido buscaram respostas para esse comportamento e divulgaram as conclusões a que chegaram na edição da semana passada da revista científica Science. Segundo eles, a prática ocorre devido a comportamentos adotados pelos machos, que matam os filhotes para que as fêmeas se tornem sexualmente receptivas mais rapidamente. A estratégia ajudaria ainda a aumentar o número de descendentes e a tornar o animal o mais procriador do grupo.

Foram analisados os hábitos reprodutivos de 260 espécies de mamíferos com uma variedade de acasalamento e estruturas sociais. Do grupo, 119 espécies tinham episódios de infanticídio e 141, não. De acordo com os cientistas, a tentativa de fazer com que a fêmea se torne ;sexualmente receptiva; pode ser a principal causa de mortalidade de filhotes dos macacos-babuínos Chacma. ;O infanticídio aparece e desaparece ao longo do tempo evolutivo, de acordo com o estado da corrida evolucionária entre os gêneros, e tem influenciado profundamente a evolução do comportamento sexual das espécies; destaca Dieter Lukas, autor principal do estudo e pesquisador do Departamento de Zoologia da Universidade de Cambridge, em um comunicado à imprensa.



Os cientistas ressaltam que o fenômeno foi detectado em grupos com um menor número de machos, já que, em uma população muito grande, haveria o risco de confusão de informações. ;Uma vez que a competição do esperma se torna intensa, nenhum macho pode estar certo da própria paternidade e o infanticídio desaparece, já que eles correm o risco de matar os próprios filhos e podem perder o benefício de serem responsáveis pela próxima geração;, explica Lukas. ;Esse estudo destaca também que alguns dos maiores desafios enfrentados pelos mamíferos durante a vida não vêm de fora, mas da própria espécie;, completa o autor.

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