Ciência e Saúde

Pesquisa revela que propriedades da pimenta podem ajudar a tratar Alzheimer

Pesquisa feita na USP identifica em diferentes tipos do tempero propriedades semelhantes às dos remédios usados hoje no tratamento da doença

Paula Carolina
postado em 25/11/2014 06:08
As quatro pimentas pesquisadas: a rosa (segunda, a partir da esquerda) é a que se mostra mais promissora
Belo Horizonte ; A esperança para a redução dos efeitos da doença de Alzheimer pode estar em ingredientes mais do que comuns na mesa do brasileiro: pimenta-rosa e pimenta-do-reino. A descoberta é resultado de pesquisa feita pela bióloga Fúvia de Oliveira Biazotto, para dissertação de mestrado em ciência e tecnologia de alimentos pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP). Durante o trabalho, concluído no mês passado, a cientista constatou duas importantes propriedades nos extratos elaborados com as especiarias: um fator antioxidante e o poder de inibir a enzima acetilcolinesterase.

;A inibição dessa enzima faz parte hoje do tratamento do Alzheimer. Os medicamentos existentes se baseiam nisso;, explica Biazotto. Isso porque a acetilcolinesterase degrada a acetilcolina, neurotransmissor envolvido na retenção da memória e da aprendizagem. ;Então, tentamos buscar compostos que fossem capazes de inibi-la. Sobre a pimenta-do-reino-preta, já havia alguns estudos, mas sobre as outras ; pimentas-do-reino branca e verde e a pimenta-rosa ; ainda não tinha visto nada. Então, a ideia foi estudar todos esses ingredientes. A pimenta-rosa foi a que apresentou os melhores resultados;, afirma.

A pesquisa foi baseada em extratos feitos a partir do grão de cada uma das plantas, e o inibidor da enzima acetilcolinesterase foi encontrado em todas elas, com maior propriedade na seguinte ordem: pimenta-rosa, pimenta-do-reino-preta, pimenta-do-reino-verde e pimenta-do-reino-branca. ;Não posso dizer ainda que incluir essas pimentas na dieta vai combater a doença, mas há, sim, um potencial para isso;, garante.

A outra parte da pesquisa ficou concentrada na prevenção. ;Ainda não se sabe a origem da doença de Alzheimer, mas uma das hipóteses é de que seria ocasionada por danos oxidativos. Pelo que se sabe, no processo tóxico da doença, geram-se radicais livres, e eles poderiam ser combatidos com antioxidantes;, diz Fúvia Biazotto. E a atividade antioxidante também foi constatada nas pimentas, com maior potencial quase na mesma ordem da descoberta do fator inibidor: pimenta-rosa, pimenta-do-reino-verde, pimenta-do-reino-preta e pimenta-do-reino-branca.

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