Assimilar conhecimento e passá-lo adiante é uma das principais características culturais do homem. Por muito tempo, acreditou-se que essa era uma habilidade exclusiva da espécie. Contudo, há tempos, existe o debate se outros representantes do mundo animal compartilham essa aptidão, e estudos recentes têm demonstrado que, sim, de macacos a ratos, diversos outros seres aprendem e incorporam coisas novas frequentemente.
;Os animais não são meramente programados para se comportar de uma maneira fixa; eles usam informação e tomam decisões;, defende Janne-Tuomas Sepp;nen, bióloga da Universidade de Jyv;skyl;, na Finlândia, e uma das maiores especialistas no assunto. ;O mais importante: animais vivem em comunidades e podem aprender uns com os outros e mesmo com outras espécies;, destaca a pesquisadora.
Para o pesquisador canadense Benett Galef Jr., professor da Universidade de McMaster, nos Estados Unidos, essa é uma questão crucial para o homem entender mais sobre ele mesmo. ;Compreender como nós, humanos, tanto parecemos quanto divergimos de outros animais não é bobagem nem inutilidade. É uma parte básica do nosso esforço de descobrir o que somos como espécie, e definir de que forma ; se é que existe alguma ; somos únicos entre os animais. Então, solucionar o processo envolvido no aprendizado social de animais, seja na vida selvagem, seja em laboratório, nos ajuda a entender sobre nós mesmos e nosso lugar na natureza;, define Galef Jr., psicólogo e especialista em comportamento animal.
Caixas
O estudo mais recente nesse campo foi publicado na edição desta semana da revista Nature. Pesquisadores da Universidade de Oxford, na Inglaterra, constataram que o chapim-real (Parus major), um pássaro selvagens bastante comum na Europa e na Ásia, aprende novas técnicas de busca de alimentos ao observar os outros de seu círculo social. O comportamento imitado é capaz, inclusive, de substituir métodos que eles tradicionalmente adotam.
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