Ciência e Saúde

Pesquisadores identificam anticorpos capazes de combaterem todas as dengues

A proteção completa pode reduzir os casos da enfermidade. Hoje, são 400 milhões por ano em todo o mundo

Bruna Sensêve
postado em 16/12/2014 11:25
A proteção completa pode reduzir os casos da enfermidade. Hoje, são 400 milhões por ano em todo o mundo

A dengue é uma infecção sistêmica transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que pode infectar humanos com quatro tipos virais (DENV sorotipo-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). Eles se diferem por cerca de 30% a 35% na sequência de aminoácidos. Dessa forma, a vacinação para um sorotipo leva a proteção ao longo da vida apenas contra ele. Por esse motivo, a maior parte das estratégias de desenvolvimento de imunizantes da dengue busca opções de vacinas tetravalentes, capazes de proteger o organismo de todas as cepas do patógeno. A trabalhosa procura por essa poderosa estratégia acaba de ganhar fôlego. Pesquisadores da Imperial College, em Londres, descobriram uma classe de anticorpos que poderão ser usados sozinhos e combater todas as formas de dengue.

Em artigo publicado hoje no site da revista científica Nature Immunology, a equipe liderada por Gavin Screaton analisou e caracterizou 145 tipos de anticorpos monoclonais humanos e identificou um epítopo ; determinante antigênico ; da dengue até então desconhecido. Trata-se da parte de um antígeno que é reconhecida pelo sistema imunitário, especificamente por anticorpos, células B ou células T. Ela se liga ao anticorpo e está presente no envelope de todas as formas virais.
Com essa nova informação sobre o vírus da dengue, os cientistas desenvolveram uma classe de anticorpos monoclonais altamente potente e amplamente reativa. Em testes de laboratório, descobriram que eles reconheceram o epítopo e eficientemente neutralizaram os vírus em células de insetos e humanos, impedindo que a infecção ocorresse.

Hoje, o reconhecimento por anticorpos de partículas do vírus é dificultado por mudanças dramáticas no momento de encapsulamento do ciclo de vida do patógeno. ;Existe uma necessidade urgente para compreender, portanto, a resposta imune humana naturalmente adquirida contra o vírus e a resposta após a vacinação;, afirma Screaton.

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