Ciência e Saúde

Pesquisa brasileira quer desvendar a genética do câncer de ovário

O objetivo é criar exame que ajude os médicos a prescreverem a terapia de acordo com o perfil de cada paciente

Márcia Maria Cruz/Estado de Minas
postado em 24/12/2014 06:02
Luciana Maria Silva, pesquisadora da Fundação Ezequiel Dias e coordenadora do estudo

Belo Horizonte
; O diagnóstico de câncer de ovário representa o início de uma das mais difíceis batalhas para as mulheres. Como a doença ainda não tem cura, e o diagnóstico é geralmente tardio, as pacientes contam com pouco tempo de sobrevida. A estimativa do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) é de 5.680 novos casos este ano. Frente a esse quadro, uma equipe de pesquisa da Fundação Ezequiel Dias (Funed), coordenada pela doutora em biologia celular Luciana Maria Silva, pretende desenvolver exame laboratorial para ajudar a definir qual o melhor tratamento para a doença.

Para chegar a esse exame, a pesquisadora vai fazer um amplo sequenciamento de amostras de tumores e identificar se algum gene pode tornar a mulher mais suscetível ou mais resistente aos medicamentos para o tratamento desse tipo de câncer. Por ser desenvolvido pela Funed, uma das contrapartidas é subsidiar exames para o Sistema Único de Saúde (SUS). A previsão é de que o teste esteja disponível no mercado em três anos.

A pesquisa será desenvolvida no Laboratório de Biologia Celular da fundação, que, desde 2008, tem a oncologia como uma das linhas de pesquisa. ;Embora tenha baixa incidência, o câncer de ovário é altamente letal, e a forma de diagnóstico é mais precária. Não é como, por exemplo, o câncer de mama;, afirma Silva. Desde 2012, ela está empenhada na pesquisa de um método que possa ajudar os médicos a determinarem melhores procedimentos terapêuticos. ;Os tumores são descobertos em estágios avançados. É importante averiguar o perfil molecular das pacientes e cruzar com os dados de tratamento para ver se algum gene se apresenta como marcador de resistência da paciente aos medicamentos;, sugere.

Esse é o tumor ginecológico mais difícil de ser diagnosticado e o de menor chance de cura, embora menos frequente que o câncer de mama. É a causa mais comum de morte nas pacientes com cancros ginecológicos. No entanto, de acordo com dados do Inca, cerca de três quartos dos cânceres só são descobertos em estágio avançado. A maioria é carcinoma epitelial (câncer que se inicia nas células da superfície do órgão), o mais comum. Outro é o tumor maligno de células germinativas, que dão origem aos ovócitos, popularmente conhecidos como óvulos.

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