Ciência e Saúde

Tese de vitamina D contra o câncer ganha força entre especialistas

Pesquisa de instituição dos Estados Unidos indica que a substância pode aumentar a sobrevida de pacientes com tumor colorretal grave em até 33%. A doença é a neoplasia mais comum em países desenvolvidos e detectada anualmente em 1,2 milhão de pessoas no planeta

Bruna Sensêve
postado em 30/01/2015 11:23
Pesquisa de instituição dos Estados Unidos indica que a substância pode aumentar a sobrevida de pacientes com tumor colorretal grave em até 33%. A doença é a neoplasia mais comum em países desenvolvidos e detectada anualmente em 1,2 milhão de pessoas no planetaO fim do tratamento contra o câncer não aponta imediatamente a cura. Logo em seguida, vêm meses de espera ansiosa, que se encerram com a recidiva ou um feliz desfecho das árduas sessões terapêuticas. O segredo para garantir maior sobrevida ao paciente, no entanto, pode não estar somente no sucesso da estratégia escolhida, mas na condição do organismo ao recebê-la. Em especial, na taxa da vitamina mais controversa para a medicina. Um boom de estudos sobre a importância da vitamina D na prevenção de diversas doenças causou corre-corre às farmácias e inúmeras recomendações de suplementação diária nos últimos anos. Na contramão, trabalhos contestaram a funcionalidade da substância administrada artificialmente. Agora, o assunto volta à discussão com novos dados confirmando que altos índices dela no corpo garantem maior sobrevida a pacientes com câncer.

Os últimos resultados nesse sentido foram apresentados no principal congresso internacional sobre câncer, o Simpósio de Cânceres Gastrointestinais da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco), realizado neste mês, em São Francisco (EUA). A equipe de Shuji Ogino, do Instituto de Câncer Dana-Farber, da Escola de Medicina de Harvard, apresentou um estudo clínico que comparou os níveis de vitamina D na corrente sanguínea antes, durante e depois do tratamento com drogas quimioterápicas e terapias-alvo de pacientes em quadro de metástase hepática para câncer colorretal. Isto é, quando as células cancerígenas já tinham atingido os componentes do fígado.



Os resultados mostraram que pacientes com alto nível de vitamina D antes de serem submetidos ao tratamento sobreviveram em média 33% mais tempo (32,6 meses contra 24,5 meses). Os autores consideram que o trabalho representa uma nova visão na terapêutica contra o câncer, mas ressaltam que ainda é muito cedo para recomendar a vitamina D como um tratamento para tumores de cólon.

Alta incidência
O câncer colorretal ocupa a terceira posição nas estatísticas mundiais de incidência de doenças malignas, com aproximadamente 1,2 milhão de casos por ano, atrás apenas dos de pulmão e de mama. Nos países desenvolvidos, ocupa o primeiro lugar entre as causas de neoplasia, quando considerados ambos os sexos. Estimativas do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) para 2014 contabilizavam 32.600 novos casos no Brasil, sendo 15.070 homens e 17.530 mulheres.

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