Ciência e Saúde

Açaí tem potencial para prevenir aterosclerose, aponta estudo

Pesquisa brasileira mostra que o fruto é capaz de evitar a formação de placas nas artérias e combater processos que aceleram o envelhecimento

Junia Oliveira/Estado de Minas
postado em 20/04/2015 07:55
Belo Horizonte ; Saboroso, refrescante e energético, mas também um aliado e tanto no controle de doenças e até do envelhecimento. O açaí, fruto que se popularizou nas últimas décadas, deixa a esfera nutricional para se tornar objeto de estudo científico em razão dos efeitos que provoca na saúde humana. Pesquisa da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) concluiu que o produto pode prevenir a formação de placas ateromatosas ; característica da aterosclerose, doença responsável por grande parte dos acidentes cardiovasculares e de morte ; e apresentar efeito antioxidante, agindo na proteção contra as consequências danosas dos radicais livres sobre as células do corpo.

Pesquisa brasileira mostra que o fruto é capaz de evitar a formação de placas nas artérias e combater processos que aceleram o envelhecimento

Em um primeiro momento, o estudo avaliou, em ratos, marcadores (parâmetros que indicam alterações) bioquímicos, clínicos e físicos relacionados a fatores de risco ou a processos metabólicos e fisiológicos ligados a enfermidades como aterosclerose, diabetes e doenças inflamatórias, entre elas a artrite reumatoide. As análises mostraram que a inclusão do açaí na dieta diminuiu nos animais marcadores de danos oxidativos e melhora o perfil de lipídios no sangue.

A oxidação é uma reação química na qual uma molécula ganha oxigênio ou perde hidrogênio ou elétrons. Quando isso ocorre com uma molécula do organismo (proteínas e lipídios, por exemplo) ou com o DNA, pode haver dano com perda de função. O processo está relacionado ao mecanismo de várias doenças, como câncer, e do envelhecimento.

A coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas e do Laboratório de Epidemiologia Molecular da universidade, professora Renata Nascimento de Freitas, explica que as reações de oxidação estão sempre ocorrendo no organismo, mas a ação de mecanismos antioxidantes ; enzimas produzidas pelo corpo e substâncias derivadas da dieta, como as vitaminas C e E, o selênio e substâncias conhecidas como polifenóis ; impede maiores danos. No entanto, quando a produção desses radicais livres aumenta muito, os mecanismos de defesa podem não ser suficientes para contrabalançar a elevação e danos podem ocorrer, acelerando o envelhecimento e facilitando o aparecimento de doenças. ;Além de ser um processo normal do nosso metabolismo, as reações de oxidação podem aumentar quando a pessoa se expõe a poluição, fumaça do cigarro, inflamação e até mesmo exercício físico exagerado;, diz.

Em mulheres
Estimulados pela existência de poucos estudos na literatura científica sobre o tema, o grupo de pesquisas Nutrigen, da Escola de Nutrição da Ufop, decidiu avaliar também os efeitos do consumo da polpa de açaí disponível comercialmente sobre os marcadores de processos associados a doenças em mulheres. Quarenta e duas voluntárias consumiram 200g do produto por dia pelo período de um mês. No início do experimento, elas apresentavam concentrações de colesterol total, LDL e HDL, dentro da faixa de normalidade. ;Os marcadores que avaliamos são de eventos metabólicos mais precoces, que podem estar envolvidos nas fases iniciais da aterosclerose, antes mesmo de ocorrer aumento do colesterol no sangue, e que podem indicar a oxidação do colesterol LDL;, afirma Renata Freitas.

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