Ciência e Saúde

Estudo mostra que abolição de gases evitou destruição da atmosfera

Em um artigo publicado na revista Nature, os três comprovaram que a camada de ozônio da atmosfera, responsável por filtrar os nocivos raios ultravioleta, apresentava, na primavera, um buraco na região sobre a Antártida, no Polo Sul

postado em 27/05/2015 06:15

Em maio de 1985, os cientistas Joe Farman, Brian Gardiner e Jonathan Shanklin mostraram ao mundo que o homem é capaz de afetar o equilíbrio do planeta de forma a colocar em risco a própria existência. Em um artigo publicado na revista Nature, os três comprovaram que a camada de ozônio da atmosfera, responsável por filtrar os nocivos raios ultravioleta, apresentava, na primavera, um buraco na região sobre a Antártida, no Polo Sul. A causa? Emissões em larga escala de compostos de cloro, flúor e carbono, os chamados gases CFCs, usados em equipamentos de refrigeração e solventes industriais (leia Para saber mais).

A descoberta deu início a um amplo debate que levou à assinatura, em 1987, do Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio, um acordo internacional no qual os países se comprometiam a reduzir a emissão dos CFCs. Nos anos seguintes, o documento, ao qual o Brasil aderiu em 1990, passou por diversas emendas, fortalecendo as medidas de preservação atmosférica. Trinta anos depois do alerta dado por Farman, Gardiner e Shanklin, o esforço deu certo, anunciam especialistas da Universidade de Leeds, na Inglaterra.

Um estudo liderado por Martyn Chipperfield, da Escola da Terra e do Meio Ambiente da instituição britânica, afirma que a camada de ozônio está em muito melhor forma do que estaria sem a assinatura do acordo mediado pelas Nações Unidas. ;Nossa pesquisa confirma a importância do Protocolo de Montreal e mostra que nós já tivemos benefícios. Nós sabíamos que ele nos salvaria de uma grande perda de ozônio ;no futuro;, mas, na verdade, nós já ultrapassamos um ponto em que podemos dizer: estaríamos hoje em uma situação muito pior (se não houvesse o acordo);, afirma Chipperfield em um comunicado à imprensa.

Embora o protocolo tenha entrado em vigor em 1987, a concentração de substâncias que degradam a camada de ozônio continuou a crescer nos anos seguintes, uma vez que essas substâncias perduram na atmosfera por décadas. Assim, a presença de CFCs e outras substâncias nocivas atingiu o pico em 1993, quando entrou em declínio. Na nova pesquisa, publicada na revista Nature Communications, os cientistas usaram um modelo computacional da química atmosférica para estimar o que teria acontecido à camada de ozônio se a política de preservação não tivesse sido implementada.

;A degradação do ozônio nas regiões polares depende da meteorologia, especialmente da ocorrência de temperaturas baixas a cerca de 20km de altitude. Temperaturas mais baixas causam maior perda;, explica Chipperfield. ;Outros estudos que investigaram a importância do Protocolo de Montreal usaram alguns modelos para prever ventos e temperaturas atmosféricas e olharam para algumas décadas no futuro. Mas as previsões desses modelos eram incertas e provavelmente subestimaram a extensão de invernos frios;, completa.

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