Ciência e Saúde

Há quase 20 anos, Suécia investe em acessibilidade e é exemplo para o mundo

Calçadas com pisos táteis, escolas especiais e acompanhamento diário de especialistas facilitam o cotidiano de 2 milhões de cidadãos

Enviada Especial
postado em 16/06/2015 09:42
Estocolmo ; Em um passeio pelas amplas ruas da capital sueca, a presença de pessoas com deficiências e dificuldades de locomoção circulando com independência entre os pedestres atrai os olhos desacostumados de turistas que desbravam a cidade em que o Sol brilha por quase 20 horas durante o verão. Desde 1998, quando Estocolmo lançou o desafio de se tornar a cidade mais acessível do mundo, os governos locais e nacional implantaram uma série de mudanças para permitir que toda a população desfrute dos avanços conquistados no país. ;É uma questão de democracia e direitos humanos;, defende o governo por meio de diversas agências e órgãos públicos envolvidos na promoção da acessibilidade.

Em Estocolmo, meios-fios adaptados facilitam o embarque em ônibus coletivos. Alertas eletrônicos também anunciam o itinerário dos veículos

Os avanços que fazem do país o segundo no ranking de progresso social (Social Progress Index 2015), discretamente atrás da vizinha Noruega, são baseados em fortes investimentos estatais ; possíveis graças aos altos impostos, que chegam a até um terço dos salários. A responsabilidade pela promoção de uma sociedade equalitária, uma das principais bandeiras dos países nórdicos, no entanto, não se limita à atuação do Estado. Pernilla Johnni, coordenadora de Projetos do Departamento de Urbanização da cidade de Estocolmo, fez parte da equipe criada no começo dos anos 2000 para colocar a acessibilidade em prática e está no projeto até hoje. Johnni conta que representantes da sociedade participam de encontros e reuniões mensais para discutir demandas e dialogam diretamente com as autoridades.



;Inicialmente, não estava claro o que deveria ser feito para tornar a cidade mais acessível. Fomos descobrindo soluções aos poucos;, lembra. O departamento realiza dois tours anuais para que construtores e consultores entendam a importância das reformas e avaliem a melhor forma de adaptar a cidade. ;Os colaboradores podem usar óculos que simulam a visão de alguém quase cego e usar cadeiras de rodas para saber quão difícil pode ser ter uma limitação física;, explica.

Após quase duas décadas, o resultado desses esforços é visto nas calçadas, que ganharam pisos táteis direcionais com diferentes padrões, o que facilita a locomoção de deficientes visuais. Em escadas, as reformas incluem corrimões, iluminação especial e materiais contrastantes nos primeiros e últimos degraus. Em algumas áreas, meios-fios em frente às paradas de ônibus foram elevados de 12cm para 16cm para se aproximarem da entrada dos veículos, e alertas eletrônicos foram instalados para identificarem os destino dos ônibus. ;Nem todas as paradas têm essa tecnologia, mas os usuários podem entrar em contato com a administração e solicitar a adequação;, destaca Johnni.

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