Ciência e Saúde

Espermatozóide de 50 milhões de anos é encontrado na Antártica

A descoberta foi feita por acaso, enquanto equipe de cientistas analisava amostras de rochas da Antártida

Jacqueline Saraiva
postado em 16/07/2015 08:54
A descoberta foi feita por acaso, enquanto equipe de cientistas analisava amostras de rochas da Antártida
O mais antigo espermatozoide animal, de 50 milhões de anos, foi descoberto por especialistas num casulo fossilizado na Antártida. O achado foi divulgado, nessa quarta-feira (15/7), na publicação Biology Letters. Identificado como fóssil Clitellata, o organismo pertence a uma família que inclui minhocas e sanguessugas, segundo os pesquisadores do Museu Sueco de História Nacional. Acredita-se que a descoberta seja 10 milhões de anos mais velha que o registro anterior, um crustáceo de 17 milhões de anos.

A descoberta foi feita por acaso por Stephen McLoughlin, que integra a equipe do paleontologista Benjamin Bomfleur, enquanto ele analisava amostras de rochas da Antártida. O esperma fóssil Clitellata é muito parecido com o esperma de vermes de lagostas, que se alimentam de matérias encontradas na parte externa do corpo do animal.



Bomfleur afirma que a equipe ficou surpresa ao encontrar o gameta em um dos casulos encontrados no local da pesquisa. Eles explicaram que, como demoram alguns dias até endurecer, os casulos podem aprisionar micro-organismos em suas paredes, de um jeito parecido como os insetos acabam fossilizados no âmbar dos vegetais.

Detalhes perfeitos
Ele ressaltou que, por meio de microscópio, pode parecer a amostra que esteja preservada em detalhes perfeitos. No entanto, a estrutura em si está totalmente fossilizada. A expectativa do grupo de cientistas é analisar todo o material encontrado, na perspectiva de que descobertas semelhantes sejam feitas. "Acreditamos que levantamentos de casulos antigos podem abrir uma janela única para a história evolutiva de uma gama de micro-organismos invertebrados que não têm registro fóssil", diz o artigo.

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