Ciência e Saúde

Droga para impotência pode vir de aracnídeo, diz pesquisa brasileira

O estudo mostra que peptídeo presente no veneno da aranha-armadeira é capaz de estimular a ereção. Descoberta pode levar a medicamento em forma de adesivo a ser aplicado sobre a pele

Augusto Pio - Especial para o Correio
postado em 24/08/2015 06:01
Belo Horizonte ; Pesquisas mostram que medicamento para ereção sintetizado do veneno da aranha-armadeira (Phoneutria nigriventer) é eficaz. Esse assunto foi destaque na revista Nature Reviews Urology, dirigida aos urologistas e afiliados. Em Belo Horizonte, um grupo de pesquisa coordenado por Maria Elena de Lima Perez Garcia, professora titular do Departamento de Bioquímica e Imunologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG, apresentou, por meio de técnicas de bioinformática, uma forma menos tóxica de melhorar a ereção. Fruto de um estudo sobre os efeitos da picada do aracnídeo, que vem sendo realizado há 10 anos, a pesquisa mostrou que, com menos da metade dos aminoácidos presentes no peptídeo (pequena proteína) do veneno, foi possível sintetizar um remédio eficaz.

Maria Elena Garcia, que é coordenadora-geral do projeto e, como tal, responsável direta pela pesquisa, explica que testes em roedores comprovaram que a redução da quantidade de aminoácidos não alterou a ereção. ;Devido à sua toxidade, se usássemos o peptídeo inteiro, seriam observados efeitos colaterais no sistema nervoso e no coração;, observa a professora. ;Trabalhamos no assunto há cerca de 10 anos. Já tivemos uma tese de doutorado e uma de mestrado defendidas, além de estudantes de pós-doutorado trabalhando no tema. Começamos a trabalhar com a toxina isolada diretamente do veneno.;

Ela conta, ainda, que o grupo está trabalhando com pesquisadores da Faculdade de Farmácia da UFMG numa formulação do peptídeo sintético (Pn-PP19), não tóxico, para ser administrado por aplicação tópica. ;Seria via adesivo, por exemplo, que poderia ser colocado na virilha. Esse tipo de administração permite usar quantidades menores da substância e também evita possíveis efeitos colaterais para o organismo. Embora não tenhamos detectado nenhum efeito colateral nos animais, com doses até 100 vezes superiores às utilizadas para a potenciação da função erétil.;

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