Ciência e Saúde

Estudo mostra que homem derrubou quase metade das árvores do planeta

O dado está no mais completo levantamento já realizado sobre o tamanho das florestas. A pesquisa mostra ainda que a taxa de recuperação é bem menor que a de devastação, e que o Brasil abriga 10% de todos os espécimes existentes

Roberta Machado
postado em 03/09/2015 07:05
Floresta à beira de um lago: os 3 trilhões de árvores existentes no mundo representam 54% do que havia no início da civilização humana. Taxa atual de derrubada poderia acabar com a cobertura verde em 300 anos

Existem pouco mais de 3 trilhões de árvores no planeta, o equivalente a 422 espécimes por pessoa. O número foi revelado por uma pesquisa, publicada na revista Nature, que descreve o levantamento mais preciso já realizado sobre o reino vegetal no mundo. O Brasil figura em terceiro lugar na lista de nações mais arborizadas. Suas mais de 338,1 bilhões de unidades representam quase 10% do total. À frente, estão somente a Rússia (com 21%, ou 698,3 bilhões) e o Canadá (10,5% ou 361,1 bilhões). Já o país que se destaca como a nação proporcionalmente mais verde, com o maior número de árvores por pessoa, são as Ilhas Malvinas, enquanto aquele com o maior número de espécimes por quilômetro quadrado é a Estônia.

Os números parecem grandiosos, mas a análise revela um dado preocupante: o mundo já perdeu cerca de 46% de todas as árvores desde o início da civilização humana. E a cobertura continua a cair, conforme cerca de 15 bilhões de espécimes são derrubadas anualmente, enquanto apenas 5 bilhões de novas árvores nascem ou são replantadas. Se a devastação seguisse esse ritmo, cada floresta do mundo estaria acabada em apenas 300 anos.

O cenário catastrófico, porém, pode ser mais bem combatido agora que os cientistas têm uma ideia mais precisa da situação da cobertura verde no mundo. A pesquisa teve início há mais de dois anos, como parte do projeto Plant for the planet, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). O levantamento contou com a colaboração de pesquisadores de 15 países, incluindo o Brasil. Até então, os levantamentos eram feitos com base em imagens registradas por satélite, que têm pouca resolução e escondem muitos detalhes importantes sobre a formação das florestas, principalmente em biomas com alta densidade vegetal.

Nova métrica
O trabalho colaborativo, liderado por Thomas Crowther, biólogo da Universidade Yale, nos Estados Unidos, cruzou esses dados com estimativas altamente precisas, feitas por equipes que se dedicam a contar o número de árvores em diferentes pontos do planeta. A análise levou em conta cerca de 400 mil levantamentos independentes, que representam a situação em mais de 50 países em todos os continentes, exceto a Antártida. O resultado revelou que o número de árvores sobre a Terra é quase 8 vezes maior do que a estimativa anterior, de apenas 400 bilhões de espécimes. ;Nós não descobrimos novas árvores nem encontramos novas áreas arborizadas. Nós simplesmente identificamos uma métrica útil que nos ajuda a conceituar a extensão global das florestas;, ressaltou Crowther em entrevista coletiva.

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