Ciência e Saúde

Estudo norte-americano mostra que o estresse interfere na menstruação

O resultado mostrou que as mulheres que disseram ter se sentido estressadas no período fértil tinham 40% menos chance de engravidar

Paloma Oliveto
postado em 25/09/2015 08:01
Há mulheres que passam boa parte da vida fugindo da gravidez. Contudo, quando decidem aumentar a família, ficam extremamente desapontadas diante de um resultado negativo. O problema é que o estresse gerado pela pressão para engravidar pode adiar ainda mais o sonho da maternidade. Um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de Louisville, nos Estados Unidos, mostrou que o esgotamento emocional pode diminuir significativamente a chance de concepção.

A epidemiologista Kira Taylor recrutou 400 mulheres sexualmente ativas com menos de 40 anos, que queriam engravidar e concordaram em registrar, todos os dias, o nível de estresse em uma escala de 1 a 4. Elas também anotavam dados sobre menstruação, relações sexuais, métodos de contracepção, consumo de álcool e cafeína, além de hábito de tabagismo. Ao longo do estudo, as participantes faziam exames de urina. Os pesquisadores as acompanharam até ficarem grávidas ou, no caso das que não conceberam, até o fim do estudo, que durou por volta de oito ciclos menstruais.



O resultado mostrou que as mulheres que disseram ter se sentido estressadas no período fértil tinham 40% menos chance de engravidar, comparado aos meses em que estavam mais tranquilas. Em relação às participantes com baixos níveis de ansiedade, aquelas que reportaram estresse elevado tiveram uma chance de conceber 45% mais baixa. Os pesquisadores ajustaram outros fatores que poderiam interferir na fertilidade, como idade, índice de massa corporal (IMS), uso de álcool e frequência das relações sexuais. Essa associação negativa, observa Kira Taylor, só ocorreu na janela fértil do ciclo.

Outra descoberta foi a de que as mulheres que conseguiram conceber reportaram um aumento do estresse no fim do mês em que engravidaram. De acordo com a epidemiologista, isso pode ter relação com dois fatores: o próprio resultado do exame mexeria com as emoções ou as mudanças hormonais provocadas pela gravidez estariam por trás da elevação no nível de estresse. Para Taylor, essa última explicação é mais provável.

;Os resultados implicam que mulheres que querem conceber podem aumentar suas chances tomando passos no sentido de reduzir o estresse, como participar de um programa de redução e controle do estresse ou mesmo conversar com um profissional de saúde;, afirma a pesquisadora. O apoio do companheiro também é muito importante, destaca a psicóloga Marta Vieira, do Centro de Reprodução Humana FertilCare. ;O parceiro costuma se preocupar com a mulher e tentar, a seu modo, ser ;provedor emocional;, oferecendo apoio e confortando a mulher em suas dificuldades. Isso já é de grande ajuda;, diz.

;Tento me policiar;
A consultora internacional Gerlânia Moraes, 30 anos, conta com o apoio do marido, Marcos Vinícius Soares França, 35, para não se cobrar tanto, nem pensar o tempo todo nas tentativas que o casal vem fazendo de engravidar. Juntos há 10 anos, eles buscaram orientação médica em 2013 para o coito programado, um método que consiste no uso de medicamentos que induzem a ovulação, aumentando as chances de engravidar. O médico acompanha, por exames de imagem, a evolução do crescimento dos folículos e indica o melhor período para a tentativa de concepção.

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