Ciência e Saúde

Pesquisadores descobrem que Michelangelo tinha uma grave artrite nas mãos

Análise de retratos do gênio renascentista evidencia que ele sofria de uma grave artrite nas mãos. O trabalho incessante, porém, serviu como uma espécie de fisioterapia, que ajudou o artista a contornar o problema

Isabela de Oliveira
postado em 04/02/2016 06:00
Detalhe dos afrescos da Capela Sisitina: duas das mãos mais famosas da história foram pintadas por um artista que sofria com dores intensas

Michelangelo Buonarroti, um dos maiores artistas de todos os tempos, é mundialmente conhecido pelos afrescos no teto da Capela Sistina e na cúpula da Basílica de São Pedro, por esculturas como Davi e Pietá, e pelos retratos da família Médici, entre outros clássicos. Pesquisas recentes, contudo, têm voltado os olhos não para a impressionante técnica do renascentista, mas para sua saúde. Estudiosos se debruçam com curiosidade sobre um vasto conjunto de sintomas que permitem diagnosticar no artista um conjunto de males orgânicos e psicológicos, que, além de contribuir para o estudo da história da medicina, lança luz sobre as condições em que o gênio renascentista criou suas obras.

[SAIBAMAIS]A mais recente pesquisa desse gênero está publicada na edição de hoje do Journal of the Royal Society of Medicine por especialistas italianos e australianos, que se dedicaram à análise das mãos que criaram tantos trabalhos icônicos. ;O objetivo desse trabalho foi estudar principalmente a doença que afetou as mãos do mestre. A análise dos retratos disponíveis de Michelangelo sugere diversas patologias, mas nenhuma delas pôde ser confirmada, porque as autoridades da Igreja de Santa Croce, em Florença, local onde o artista foi enterrado, não permitem quaisquer investigações patológicas;, conta o principal autor do estudo, Davide Lazzeri, da Clínica Villa Salaria, em Roma.

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Segundo Lazzeri, que é cirurgião plástico e reparador, poucos estudiosos sabem que o escultor e pintor notável sofria com uma grave artrite nas mãos, especialmente durante os últimos 15 anos de sua vida ; ele morreu pouco antes de completar 89, em 1564. A equipe do médico detalha no artigo análises de três pinturas que retratam Michelangelo entre os 60 e 65 anos. O único método disponível para interpretar deformidades nas mãos é a observação a olho nu e, por isso, os retratos constituem o principal foco da avaliação. Os cientistas se concentram, particularmente, nas mãos de Michelangelo.

O primeiro retrato foi pintado por Jacopino del Conte em 1535 e retrata a mão esquerda do artista aos 60 anos, quando era um escultor já experiente e cansado. A segunda pintura, de Daniele Ricciarelli (mais conhecido como Volterra), amigo de Michelangelo, é datada em 1544. Acredita-se que seja uma cópia do trabalho de del Conte. Muito mais tarde, em 1595, Pompeo Caccini retratou Michelangelo em seu estúdio ao lado do modelo original de Davi, também tomando como base obras anteriores.

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