Ciência e Saúde

Vacina experimental consegue proteção eficaz contra a dengue

Vacina desenvolvida nos EUA protegeu 100% dos imunizados expostos ao vírus causador da doença. Mesma fórmula está em teste no Brasil e pode estar disponível em até dois anos

Roberta Machado
postado em 17/03/2016 06:02
Vacina desenvolvida nos EUA protegeu 100% dos imunizados expostos ao vírus causador da doença. Mesma fórmula está em teste no Brasil e pode estar disponível em até dois anos
Um estudo clínico de curta duração indica que vacina contra a dengue desenvolvida com colaboração brasileira é capaz de proteger humanos da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Em um artigo publicado hoje na revista Science Translational Medicine, pesquisadores dos EUA revelam como a fórmula conferiu 100% de proteção em um pequeno grupo de pessoas. Os voluntários continuaram blindados seis meses depois de receberam a vacina, que faz parte da mesma fórmula tetravalente que entrou na última fase de testes clínicos aqui no Brasil, no mês passado.

O método usado no trabalho é o mesmo aplicado no desenvolvimento de vacinas contra a malária e outras doenças, e serve como um tipo de prova de segurança para a realização de testes clínicos com grandes populações. Normalmente nas fases preliminares, avalia-se a eficácia da vacina ao medir os anticorpos produzidos nos indivíduos que recebem a fórmula, mas os cientistas americanos optaram por recorrer a um tipo de teste mais ;realista;: eles colocaram a vacina à prova expondo os voluntários ao próprio vírus.

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[SAIBAMAIS]O teste foi realizado com 41 pessoas que nunca tiveram dengue. Enquanto 21 foram vacinadas com a fórmula TV003, o restante recebeu um placebo. Passados seis meses, o grupo foi inoculado com uma versão enfraquecida do vírus da dengue tipo 2, projetada para causar apenas sintomas leves da doença, como manchas no corpo e mudanças na contagem dos glóbulos brancos. Exames clínicos indicaram que todos que não haviam recebido a vacina desenvolveram os sinais da dengue. Os indivíduos imunizados foram protegidos contra o vírus e não demonstraram qualquer evidência de infecção.

;Esse modelo é muito mais seguro e tem sintomas mínimos. Não há febre e não há atributos potencialmente perigosos da doença;, assegurou, em uma coletiva de imprensa, Beth Kirkpatrick, pesquisadora da Escola de Medicina da Universidade de Vermont. Os cientistas afirmam que o teste os ajudou a definir parâmetros para o desenvolvimento da vacina que está sendo aplicada em ensaios clínicos no Brasil. ;Dessa forma, pudemos melhorar ou projetar o nosso estudo de significância estatística usando um número relativamente pequeno de voluntários, certamente muito menor do que vemos em estudos de fase 3, que usam milhares ou dezenas de milhares de pessoas;, compara Anna Durbin, pesquisadora da Escola Bloomberg de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins.

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