Ciência e Saúde

Cientistas tentam detectar distorções causadas no espaço por corpo celeste

Após a confirmação de que é possível estudar o Universo a partir das distorções causadas no espaço por grandes corpos celestes, vários países passam a investir na construção de detectores do fenômeno. O Brasil quer integrar a rede global de pesquisas

Roberta Machado
postado em 20/03/2016 08:10

Há pouco mais de um mês, cientistas confirmaram para o mundo que o Universo é constantemente deformado pela movimentação de grandes corpos celestes. Estrelas supermassivas que giram, buracos negros à beira de uma fusão e até mesmo o big bang geram vibrações no tecido do espaço-tempo que, como os círculos formados por uma pedra que cai em um lago, se expandem continuamente pelo Cosmo. Essas perturbações são conhecidas como ondas gravitacionais, um dos mais polêmicos conceitos introduzidos há um século por Albert Einstein a partir de sua Teoria da Relatividade Geral. A recente detecção física desse fenômeno trouxe a ideia para a realidade e inaugurou a era da astronomia gravitacional.

Até então, pesquisadores só podiam detectar objetos no espaço a partir de ondas de luz ou algum outro tipo de radiação eletromagnética. No entanto, sabe-se agora que outro tipo de sinal é emitido por corpos celestes. A teoria de Einstein descreve o espaço-tempo como um tipo de tecido elástico, que pode ser deformado por objetos muito pesados. Como uma bola de futebol colocada sobre um lençol, um planeta afunda esse material, atraindo satélites ou outros corpos menores que caírem na depressão formada por ele. As ondas gravitacionais seriam uma consequência desse fenômeno.

Se a bola de futebol ganhasse vida, e se movesse rapidamente sobre o lençol, por exemplo, ela geraria ondulações no tecido. Da mesma forma, uma estrela supermassiva girando no Universo dá origem a uma série de ondas que deformam o espaço-tempo na velocidade da luz.

A Terra é atingida por ondas gravitacionais frequentemente, mas é necessário um equipamento de precisão absoluta para registrar esse tipo de fenômeno. O primeiro sinal foi detectado pelos observatórios do Laboratório Ligo (sigla em inglês para Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro Laser). O grau de precisão da dupla de sensores é equivalente a uma régua que poderia medir a distância entre o nosso Sistema Solar e a estrela vizinha Alfa Centauro, localizada a 4,4 anos-luz de distância, com uma margem de erro menor do que a espessura de um fio de cabelo.

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