Ciência e Saúde

Especialistas explicam o que muda nas vacinas contra gripe este ano

Há diferença entre as doses disponíveis nas redes pública e particular

Valéria Mendes
postado em 05/04/2016 06:10
Produção de vacina contra a gripe: composição das doses é alterada de acordo com os subtipos dos vírus mais encontrados em cada ano
Belo Horizonte ; O Ministério da Saúde começou a distribuir as primeiras doses da vacina contra a gripe para alguns estados que pretendem adiantar a campanha de vacinação, marcada para começar oficialmente no dia 30. O que motivou a decisão foi a antecipação do surto da doença, que assusta principalmente São Paulo. Neste ano, foram confirmados, em todo o país, 444 casos de infecção pelo vírus H1N1. O total de mortes chega a 71, incluindo uma em Brasília, confirmada ontem (leia mais no caderno Cidades).

Os números assustam porque já são muito maiores que o total do ano passado, quando 141 pessoas tiveram a doença e 36 morreram no país. Com isso, muitos têm recorrido ao mercado privado para se proteger, em alguns casos comprando doses restantes da vacina de 2015. Algumas dúvidas, no entanto, surgem. Há diferença entre a imunização elaboradas este ano e a antecessora? E as doses encontradas na rede particular são as mesmas oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS)?

Quanto à primeira questão, a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), Isabella Ballalai, explica que a vacina oferecida pelo sistema público sofreu uma mudança este ano em relação a 2015. Ela oferece a mesma proteção contra o H1N1 que a anterior, mas combate subtipos diferentes dos vírus H3N2 e influenza B. Dessa forma, a dose antiga pode ser útil contra o surto atual ; tanto que São Paulo a adotou de maneira emergencial. Mas esses pacientes que estão recebendo a vacina antiga agora deverão voltar aos postos para a dose atualizada. O intervalo recomendado entre uma e outra é de 30 dias.

Há essa necessidade porque, de um ano para outro, a vacina da gripe é alterada de acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), que leva em consideração os subtipos de vírus mais comuns em cada hemisfério no período. Professor da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, o pediatra e epidemiologista José Geraldo Leite Ribeiro lembra ainda que as vacinas de gripe têm eficácia de 6 meses a um ano, dependendo da reposta do indivíduo à imunização. ;Mesmo que a vacina oferecida em 2016 fosse idêntica à de 2015, seria necessário repetir;, reforça.



E quanto as imunizações encontradas no SUS e na rede particular, há diferença? Pode haver uma pequena distinção, esclarece Marilene Lucinda, coordenadora do Setor de Vacinas do Grupo Hermes Pardini, de Minas Gerais. Segundo ela, a rede pública oferecerá este ano uma dose trivalente para dois subtipos do vírus influenza A ; o H1N1 Califórnia e o H3N2 Hong Kong ; e um subtipo da influenza B, o Brisbane. No setor particular, é possível encontrar essa mesma vacina e uma alternativa tetravalente, que oferece ainda proteção para um segundo subtipo da influenza B, o Victoria.

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