Ciência e Saúde

Cientistas criam biopróteses para ajudar mulheres inférteis a engravidar

O órgão criado por cientistas dos EUA poderá beneficiar mulheres que sofrem com a infertilidade

Roberta Machado
postado em 09/04/2016 08:05

Com a ajuda de uma impressora 3D, cientistas construíram um ovário que restaurou a fertilidade de ratos de laboratório. A pesquisa pode resultar no desenvolvimento de uma bioprótese que ajude mulheres inférteis a terem filhos, além de recuperar as funções hormonais do órgão perdido ou ineficiente. O trabalho foi apresentado neste mês no encontro anual da Sociedade de Endocrinologia, em Boston.

A estrutura foi projetada com o intuito de ser rígida o suficiente para resistir ao processo cirúrgico, e flexível o bastante para se adaptar ao organismo dos roedores. A matéria-prima escolhida para a construção do órgão artificial foi um material biológico derivado do colágeno, que serviu de ;tinta; para a impressora tridimensional. Depositada camada por camada, a proteína formou uma espécie de trama delicada e com espaços milimetricamente calculados para abrigar o tecido que formaria o ovário.

Nessa estrutura, foram depositados os folículos ovarianos, agregações de células formadas pelos oócitos (tipo de célula que um dia se torna um óvulo) e estruturas que secretam os hormônios femininos. ;É uma arquitetura de armação microporosa. Os folículos ovarianos são mecanicamente isolados dos ratos e aplicados nas camadas da armação;, descreve ao Correio Monica Laronda, principal autora do estudo e pesquisadora de pós-doutorado na Universidade de Northwestern, nos Estados Unidos.

Depois que o tecido cultivado preencheu a estrutura gelatinosa e o órgão ficou completo, os pesquisadores implantaram as próteses em ratos que tiveram os ovários originais retirados e cujo sistema imune havia sido modificado para evitar qualquer rejeição ao transplante. A peça estabeleceu-se dentro do organismo dos animais receptores, permitiu que eles voltassem a ovular e até mesmo parir e amamentar as crias saudáveis. As células implantadas também reestabeleceram as funções hormonais dos roedores para níveis normais.

Barriga de aluguel


Mas, como os oócitos usados para a construção do ovário artificial não eram dos animais que receberam o transplante, os filhotes que nasceram depois do procedimento não eram geneticamente ligados às mães que os pariram. Isso significa que os animais ovularam e engravidaram naturalmente, mas que, no fim das contas, serviram como um tipo de barriga de aluguel para o material genético de outros roedores.

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