Ciência e Saúde

Cientistas buscam mecanismos genéticos e cerebrais que influenciam no peso

Os resultados obtidos evidenciam que o combate à epidemia da obesidade demanda uma abordagem multifatorial

Paloma Oliveto
postado em 17/04/2016 07:20
Os resultados obtidos evidenciam que o combate à epidemia da obesidade demanda uma abordagem multifatorial

A receita é conhecida e, na teoria, fácil de seguir: comer menos e se movimentar mais. Contudo, o mundo não para de engordar. Há duas semanas, a revista médica The Lancet afirmou que, em 2025, um quinto da população global estará obesa. Pessoas com índice de massa corporal acima de 30kg/m;, que caracteriza a condição, já são 641 milhões e ultrapassam o número das que se encontram abaixo do peso ideal. Ao mesmo tempo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) disparou o alerta: a quantidade de pacientes de diabetes quadriplicou em três décadas, matando quase 4 milhões por ano. Um dos fatores de risco do tipo 2 da doença, responsável por mais de 90% dos casos, é a obesidade.

Na guerra contra essa epidemia, cientistas reconhecem que precisam conhecer melhor o inimigo. Para tanto, eles buscam na genética e no comportamento de regiões distintas do cérebro pistas que ajudem a esclarecer a propensão ao distúrbio, incluindo possíveis alterações metabólicas que dificultam a queima de gordura e mecanismos associados à eterna sensação de fome. O entendimento da ciência é de que, diante do aumento expressivo da doença em todo o mundo ; há tempos, a obesidade deixou de ser um problema apenas dos países ocidentais e desenvolvidos ;, já não basta dizer aos pacientes que gastem mais e consumam menos calorias. ;Essa equação é simplista. Se nos basearmos apenas nela, vamos perder a batalha contra a obesidade;, acredita Nadia Pietrzykowska, fundadora do Weight & Life, um centro de estudos sobre obesidade da Flórida.

O que se sabe bem é que a ingestão alimentar é regulada por regiões específicas do cérebro. Sinais enviados e recebidos por células localizadas no órgão e em outras partes do corpo, como intestino, pâncreas e tecido adiposo, compõem o sistema. O balanço desse processo, explica Pietrzykowska, leva à homeostase, que governa a sensação de fome e regula o peso corporal. ;O elemento-chave desse mecanismo está localizado em uma região do cérebro chamada hipotálamo, que é considerado o centro do apetite e da energia. Os sinais que chegam lá informam ao cérebro se estamos com fome, por meio do hormônio grelina, ou se estamos satisfeitos, por meio de uma variedade de outros hormônios;, explica. Uma alteração nesse processo, seja por questões biológicas, seja por ambientais (disponibilidade e preço de alimentos e incentivo para consumir porções super-sizing, por exemplo), está diretamente associada ao ganho de peso.

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