Ciência e Saúde

Cientistas dos EUA fazem registro inédito do neurônios intestinais

Eles observaram, em tempo real, o funcionamento do sistema nervoso entérico, considerado o segundo cérebro humano. O trabalho pode ajudar a melhorar o tratamento de doenças como a constipação

postado em 08/06/2016 07:55
Células nervosas do intestino em ação (verde): mais de 100 milhões

Ao longo do trato gastrointestinal, neurônios agem para regular como os alimentos se movem através do sistema digestivo e para comunicar ao sistema imunológico o surgimento de possíveis ameaças, como vírus e bactérias. A estimativa é de que mais 100 milhões de células nervosas exerçam esse papel, uma concentração cinco vezes maior do que a de neurônios presentes na medula espinhal, por exemplo. A aglomeração é tão considerável que especialistas consideram o intestino o segundo cérebro humano. Pela primeira vez, uma equipe conseguiu observar, em tempo real, como essa estrutura, chamada sistema nervoso entérico (SNE), funciona. Os detalhes foram divulgados na edição de ontem da revista Nature Communications.

[SAIBAMAIS];A primeira vez que ouvi sobre o sistema nervoso entérico foi há dois anos, e eu estava tipo ;O que é isso?; (;) Mesmo entre os neurobiólogos, a única exposição que fazem sobre ele é algo como meia página em um livro. Mas se trata de algo realmente muito importante;, ressaltou, em comunicado, Xiling Shen, professor de engenharia biomédica da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, e autor do estudo. Já se sabe que esse sistema funciona independentemente dos comandos cerebrais e que há neurônios dele que se conectam ao sistema nervoso central.



A partir dessas informações, Shen e a equipe se propuseram a criar uma janela de observação do sistema nervoso entérico. A estrutura, de vidro transparente e vidro borosilicato resistente, foi implantada na pele de ratos, ao longo do estômago. Como a região não tem ossos, para estabilizar a janela, os cientistas usaram uma pequena peça impressa em 3D. O dispositivo não alterou as funções digestivas e impediu que o intestino se movesse muito, permitindo, assim, um acompanhamento inédito do SNE durante vários dias.

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