Ciência e Saúde

Células cancerígenas presentes no sangue nem sempre disseminam a doença

Para a equipe, essas estruturas podem ser tratadas como um indício do carcinoma

Isabela de Oliveira
postado em 30/06/2016 06:00

Para a equipe, essas estruturas podem ser tratadas como um indício do carcinoma
É consenso entre médicos e cientistas que aglomerados de células tumorais circulantes (CTC) ; grupo celular distinto e raro frequentemente encontrado no sangue de pacientes com câncer ; sejam indicadores do avanço da doença. Mas, agora, resultados de uma pesquisa do Instituto de Bioengenharia e Nanotecnologia de Cingapura, apresentados na revista Science Translational Medicine, colocam em xeque esse entendimento ao sugerir que nem todas as CTC são cancerígenas.

;Nós apresentamos uma subpopulação de células de endotélio derivadas de tumores que parecem desafiar o consenso de que todos os agrupamentos de CTC são entidades malignas;, diz Min-Han Tan, pesquisador-sênior do estudo realizado com ratos e humanos com câncer colorretal. ;A partir de uma série de análises in vivo, bioquímicas e genéticas, determinamos que essas células refletem as propriedades da vasculatura do tumor primário e que compõem uma segunda classe de células derivadas do tumor no sangue que podem ser consideradas de boa-fé.;

[SAIBAMAIS]Por estar associada ao endotélio ; tecido que reveste o interior dos vasos sanguíneos ;, essa nova classe de CTC revela pistas importantes sobre a vasculatura tumoral, necessária para o acesso do câncer a oxigênio e nutrientes, indispensáveis para o avanço da doença. A descoberta abre caminho para o desenvolvimento de novas versões de biópsias líquidas, exames que investigam a presença de marcadores tumorais no sangue.

;O maior conhecimento dessas células permitirá o entendimento em relação à detecção precoce do câncer, aos sinais de progressão da doença e a uma melhor previsão de resposta aos tratamentos cujos mecanismos de ação envolvem a inibição do desenvolvimento dos vasos sanguíneos do tumor;, pontua o oncologista clínico Fernando Vidigal de Padua, diretor médico do Centro de Câncer de Brasília ; Cettro e não participante do estudo.

Por uma técnica de filtragem, os pesquisadores separaram as CTC, que foram identificadas pela ausência de CD45, um marcador de leucócitos (glóbulos brancos, que trabalham na defesa do corpo). O marcador é associado a outros critérios de malignidade característicos de células tumorais, como núcleo sem forma e volumoso. Com métodos de análise molecular, foram analisadas também as características dessas células, que são chamadas de microêmbulos quando passam a circular juntas.

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