Ciência e Saúde

Transmissão da bactéria que causa cárie se dá principalmente entre crianças

O resultado reforça a importância de novas estratégias preventivas

Vilhena Soares
postado em 31/07/2016 08:00
O resultado reforça a importância de novas estratégias preventivas
A bactéria Streptococcus mutans é uma das principais causas do problema bucal mais comum na população mundial: a cárie. Estudos levaram cientistas a acreditar que a transmissão do micro-organismo se dava principalmente de mãe para filho, mas uma investigação realizada por pesquisadores dos Estados Unidos acaba de mostrar que o maior contágio ocorre entre crianças: irmãos, coleguinhas e primos. A descoberta, baseada em análise genética, serve de alerta para a importância de cuidados bucais extras no início da vida.

;A literatura nos diz que, geralmente, essa bactéria vem das mães. Issto ocorreria porque, comumente, temos uma maior interação com elas quando somos muito jovens;, explicou, ao Correio, Stephanie Momeni, pesquisadora do Departamento de Biologia da Universidade do Alabama e uma das autoras do trabalho, divulgado no encontro da Sociedade Americana de Microbiologia, neste mês, em Boston. Por desconfiar da teoria, a especialista realizou um experimento com um grande grupo de participantes.

Leia mais notícias em Ciência e Saúde

[SAIBAMAIS]Momeni e equipe analisaram 119 crianças norte-americanas com baixa renda ; segundo especialistas, a cárie é mais frequente em grupos socioeconômicos carentes. Os participantes viviam com pelo menos um membro da família e tinham entre 12 e 18 meses e entre 5 e 6 anos. Os pesquisadores coletaram amostras de saliva dos participantes e parentes periodicamente ao longo de oito anos para análise minuciosa de DNA.

Os resultados indicaram que 28% das crianças tinham as mesmas estirpes da bactéria presentes nos familiares e 72% dos pequenos apresentaram pelo menos um genótipo da bactéria que não era compartilhado com os parentes. ;Nossos dados suportam que as crianças que interagem com outras crianças na escola ou em outros ambientes podem, por muitas vezes, passar e/ou contrair essa bactéria umas das outras;, detalhou a autora.

A cientista indica dois fatores que tornam a pesquisa inédita. Segundo ela, estudos anteriores demonstraram que os meninos e as meninas podem compartilhar genótipos da Streptococcus mutans com outras pessoas com quem eles têm interações além da mãe. ;Mas a nossa investigação é única porque avaliamos toda a família e fizemos a análise olhando os dados por criança e pelos genótipos. Esse segundo componente nos permitiu incluir estirpes que normalmente não são inclusas em outros trabalhos;, comparou.

A matéria completa está disponível, para assinantes. Para assinar, clique

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação