Ciência e Saúde

Preservação de elefantes renderia US$ 25 milhões anuais à África

O valor é baixo se considerado o dinheiro movimentado pelo comércio de marfim, quase US$ 600 milhões por ano, mas representa cerca de 20% da renda do turismo de parques de 14 países

postado em 02/11/2016 07:00
A pesquisa mostra que cada elefante a mais nos parques africanos aumenta a visitação em 371%
Um estudo divulgado na edição desta semana da revista científica Nature Communications mostra que a preservação dos elefantes é uma atividade lucrativa para a África. O fim do assassinato desses animais representaria acréscimo de US$ 25 milhões à renda anual de turismo do continente, um valor superior ao gasto no combate à caça ilegal. O valor é baixo se considerado o dinheiro movimentado pelo comércio de marfim, quase US$ 600 milhões por ano, mas representa cerca de 20% da renda do turismo de parques de 14 países, onde vive metade dos elefantes africanos, observam os autores.

;Embora sempre existam fortes razões éticas e morais para a conservação dos elefantes, nem todos partilham esse ponto de vista. A nossa investigação mostra que investir na conservação desses animais é, na verdade, uma política econômica inteligente para muitos países africanos;, disse, em comunicado, Robin Naidoo, pesquisador de vida selvagem do Fundo Mundial para a Vida Selvagem e Natureza (WWF, pela sigla em inglês) e autor principal do estudo, que contou com a participação de cientistas da Universidade de Vermont, nos Estados Unidos, e da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.

Segundo a equipe, trata-se do primeiro estudo a quantificar os ;benefícios econômicos perdidos; com a caça furtiva. Eles chegaram às conclusões analisando dados sobre o comportamento de turistas e a densidade de elefantes no continente. Descobriu-se, por exemplo, que os turistas são mais propensos a visitar parques com muitos elefantes e que cada animal extra presente nesses locais aumenta as visitas em 371%. ;Esse trabalho fornece uma primeira estimativa da escala dessa perda e mostra, de forma muito convincente, que os esforços mais fortes de conservação normalmente fazem sentido econômico, mesmo quando se olha apenas para esse fluxo de benefícios;, ressaltou Andrew Balmford, coautor do estudo e professor do Departamento de Zoologia da Universidade de Cambridge.
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