Ciência e Saúde

Presidente da COP22: contra mudanças climáticas não há volta atrás'

"A meu ver, será extremamente difícil que haja retrocessos, ou revezes" na luta contra as mudanças climáticas, declarou Salaheddine Mezuar

postado em 11/11/2016 18:00
Salaheddine Mezuar, o ministro das Relações Exteriores marroquino que preside a conferência da ONU sobre as mudanças climáticas de Marrakesh (COP22), afirmou nesta sexta-feira (11/11) à AFP que "não há volta atrás" nesse combate, seja qual for a política americana sobre esse tema.

"A meu ver, será extremamente difícil que haja retrocessos, ou revezes" na luta contra as mudanças climáticas, declarou Mezuar em entrevista à AFP, dois dias depois da vitória do republicano Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos.

Trump já se declarou publicamente um "cético" das mudanças climáticas e manifestou sua intenção de não respeitar o Acordo de Paris, assinado durante a COP21 do ano passado, no qual os países se comprometem a manter a temperatura média do planeta abaixo de 2;C nas próximas décadas.

"A questão do clima é um desafio para o mundo inteiro. É nossa Terra que está ameaçada", lembrou o ministro marroquino, encarregado de liderar as negociações em Marrakesh, onde mais de 190 países devem concordar sobre a forma de implementar o histórico acordo.
Mezuar mencionou "a extraordinária mobilização da comunidade internacional" ante a COP de Marrakesh, tanto dos países como das ONGs.

Segundo o ministro, "muitos Estados vão anunciar o aumento de suas ambições na semana que vem".

A COP22, que começou na última segunda-feira, receberá mais de 60 chefes de Estado e de governo na próxima terça-feira (15), e seus ministros e especialistas encerrarão o evento na sexta-feira, dia 18 de novembro.

Após a eleição de Trump, uma dúzia de ministros (França, Alemanha, Marrocos, Noruega, Suécia, Bangladesh, Gâmbia, entre outros), assim como o comissário europeu de Energia e Clima, Miguel Arias Cañete, e o porta-voz do grupo de países menos desenvolvidos, Tosi Mpanu-Mpanu, reafirmaram na sexta-feira sua vontade de reforçar a ação coletiva.

"Nossa determinação de liderança para o clima é inquebrantável, assim como nosso compromisso para trabalhar com toda a comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos, para enfrentar um dos maiores desafios da nossa época", indicaram.

Dos 196 países-membros da Convenção da ONU sobre o Clima, 105 países, que representam mais de 70% das emissões, já ratificaram o acordo.
Por France-Presse

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