Ciência e Saúde

Morte por febre amarela no DF movimenta cidade natal da vítima em MG

O governo destinou 50 mil doses da vacina para o reforço da imunização no município do norte mineiro. Na região foram encontrados macacos mortos

Otávio Augusto
postado em 20/01/2017 19:36
O governo destinou 50 mil doses da vacina para o reforço da imunização no município do norte mineiro. Na região foram encontrados macacos mortos
Após a confirmação da morte de um pedreiro de 40 anos por febre amarela no DF, na quinta-feira (19/1), o município de Januária (MG), cidade natal dele, reforçou as medidas preventivas contra a doença nesta sexta-feira (20/1). A Secretaria de Saúde de Minas Gerais centralizou as ações no distrito de São Joaquim, local onde a vítima morava. Macacos mortos foram encontrados nos arredores da cidade. O governo destinou 50 mil doses da vacina para o reforço da imunização na região.
[SAIBAMAIS] Uma equipe da vigilância epidemiológica da Secretaria de Saúde mineira foi enviada a São Joaquim para levantar o histórico do morador que teve o óbito registrado no Distrito Federal. Segundo moradores, o paciente percorreu várias localidades da região, no início deste mês, participando de grupo de folia de reis. A intenção é mapear por onde o homem passou e quais pessoas ele teve contato, a fim de reforçar a vacinação e tomar outras medidas preventivas

O diretor em exercício da Gerência Regional de Saúde de Januária, Dewison Oliveira Dias, conta que desde a divulgação da morte na quinta-feira. Ele ressalta que não há razão para pânico e que todas as medidas necessárias estão sendo aplicadas. ;Não há motivo para os moradores temerem a falta da vacina;, explica. As amostras dos primatas encontrados na região serão enviadas ao Instituto Evandro Chagas, no Pará.

Por causa do surto, dois parques estaduais foram fechados por tempo indeterminado. A restrição de visitação acontece nos Parques Estaduais do Rio Doce e Serra do Brigadeiro. As duas áreas verdes ficam em regiões onde há registro de casos de febre amarela. A medida, segundo o Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema), foi tomada depois de uma solicitação da Secretaria de Saúde.

Entenda o caso

O pedreiro de 40 anos, tratado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de São Sebastião, chegou ao DF na última segunda-feira, vindo de Minas Gerais. Devido às complicações, ele acabou transferido para o Hospital São Mateus, no Cruzeiro. Amostras do paciente passaram por análise no Laboratório Central (Lacen) e, ainda na madrugada, os técnicos cravaram a causa do óbito.

Agora, será feita uma apuração se o caso ocorreu pelo vírus silvestre ou pelo vírus vacinal, já que o imunobiológico contém o vírus vivo atenuado e, em situações raras, desencadeia a infecção. Oriundo de Januária, norte de Minas, o pedreiro estava hospedado em São Sebastião e passou também pelo Paranoá. Ele veio para a capital de ônibus na segunda-feira (16/1).

Para evitar contaminações, a Secretaria de Saúde do DF iniciou um processo de contenção, que conta com o uso de carros fumacê e vacinação em um raio de 30km no local onde o paciente estava hospedado. Como mosquitos podem ter picado o pedreiro e se infectado, a medida é necessária para diminuir as chances de outros casos.

Número de mortes

Em Minas Gerais, subiu para 25 o número de mortes por febre amarela ; dois a mais que o último boletim. A alta foi confirmada pela Secretaria de Saúde nesta sexta-feira (20/1). Há, ainda, 71 mortes suspeitas pela doença.

Todos os índices cresceram em relação ao boletim desta quinta-feira (19/1). Segundo a secretaria, eram 54 óbitos suspeitos e 23 confirmados; e 206 casos suspeitos e 54 confirmados. Agora são 272 notificações, dessas, 47 já foram confirmadas.

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