Ciência e Saúde

Onça-pintada de 72kg é a maior já registrada em uma reserva na Amazônia

A onça-pintada é o maior animal já registrado pelo Instituto Mamirauá e está em excelentes condições físicas. Pesquisadores se mostraram surpresos principalmente pelo bom desenvolvimento dentro de zona alagável da Amazônia

Jacqueline Saraiva
postado em 11/04/2017 12:50
No corpo do felino foram identificadas cinco larvas de um tipo de mosca raramente visto na várzea: animais são monitorados via satélite
Foi com surpresa que pesquisadores anunciaram o registro da maior onça-pintada já estudada em dez anos em toda a várzea da floresta (área inundável) dentro de uma reserva ambiental no Amazonas. O felino, um macho de aproximadamente 6 anos de idade, batizado de Galego, foi capturado pelos especialistas do Instituto Mamirauá na Reserva de Desenvolvimento Sustentável da organização. O animal pesa 72kg e está em excelentes condições físicas.
Imagens feitas por uma armadilha fotográfica com flashes infravermelhos flagraram a onça-pintada momentos antes da captura. "Ela tem cerca de 11 quilos a mais que o macho mais pesado que registramos até hoje", conta o pesquisador Emiliano Esterci Ramalho. Galego foi contido em uma das armadilhas de laço instaladas em trilhas da floresta.
Imagens feitas por uma armadilha fotográfica com flashes infravermelhos flagraram a onça-pintada momentos antes da captura
[SAIBAMAIS]Com 17 kg acima da média dos outros sete machos de onça-pintada atualmente monitorados pelo grupo de pesquisa, Galego também se diferencia em outro aspecto, que adiciona ainda mais curiosidade dos pesquisadores sobra a sua ocorrência nas florestas alagadas da Amazônia: no corpo do felino foram identificadas cinco larvas de um tipo de mosca raramente visto na várzea.
Outra descoberta é a de que as onças-pintadas que vivem nesse tipo de ecossistema exibem um comportamento único entre os grandes felinos. Durante a inundação, vivem durante cerca de quatro meses do ano em cima de árvores. Nas alturas, elas criam os filhotes e se alimentam nadando de uma árvore para a outra para procurar presas.
Assim como qualquer animal capturado e registrado pelo Instituto Mamirauá, as onças-pintadas são monitoradas por meio de colares de telemetria, que informam, via satélite, a posição deles. A pesquisa é desenvolvida pelo Instituto Mamirauá, com financiamento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e da Fundação Gordon and Betty Moore.

Comportamento único

Em quase uma década de atuação, as pesquisas do Instituto Mamirauá já descobriram que as florestas de várzea da Amazônia têm altas densidades de onças-pintadas: mais de 10 onças a cada 100km;. Este tipo de pesquisa busca entender mais sobre os hábitos delas neste tipo de local. O estudo também possibilita ações efetivas para a conservação da espécie.

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