Diversão e Arte

De baiano para baiano, Armandinho toca no Clube do Choro

Armandinho Macedo mostra a sua habilidade no bandolim e ainda presta homenagem ao mestre Dorival Caymmi

postado em 14/10/2009 08:00

A Bahia é um caldeirão cultural capaz de misturar os ingredientes mais diversificados e produzir sínteses inovadoras. Que o diga o bandolinista Armandinho Macedo, o convidado desta semana do projeto Dorival para Sempre Caymmi, no Clube do Choro, que além de prestar uma homenagem a seu conterrâneo, vai apresentar, em Brasília, pela primeira vez, as canções do seu mais recente trabalho: o CD e DVD Pop Choro. ;Sou um bandolinista de chorinho que absorveu o trio elétrico, o rock, o pop. A minha linguagem é essa mistura, por isso quis dar essa classificação ao meu álbum de Pop Choro;, explica o artista, que é filho do lendário Osmar Macedo, um dos criadores do Trio Elétrico.

Escute as músicas Desde Garoto e Forró Bachiano

Neste novo trabalho, o 30; de sua carreira, Armandinho quis percorrer toda a sua trajetória artística desde os tempos de quando fez parte do grupo A Cor do Som(1), até o seu trabalho solo e também no trio. E com um detalhe: o CD é totalmente autoral e ainda conta com seis músicas inéditas. ;Esse trabalho é acústico e reúne as minhas canções mais representativas. Nunca tinha feito nada nesse sentido, as minhas músicas sempre ficaram muito dispersas e acho que o resultado ficou bem bacana;, acredita.

Armandinho Macedo: Além do repertório de Pop Choro, não vão faltar, é claro, canções de Dorival Caymmi. Entre elas, Maracangalha, uma das favoritas de Armandinho Macedo. ;Não é difícil apresentar alguma música dele. Todo mundo gosta e é sempre um grande prazer homenagear Caymmi;, ressaltou o bandolinista, que estará ministrando, na sexta-feira, um workshop gratuito, às 16h, na sede do Clube do Choro. Informações pelo telefone: 3225-2761.

Trajetória

Armandinho Macedo começou na música com apenas nove anos de idade. Aos 10, já liderava o Trio Elétrico Mirim criado pelo seu pai, Osmar Macedo, e ali tocava frevos, números clássicos e, sobretudo, o melhor da música instrumental brasileira como Ernesto Nazareth, Pixinguinha, Waldir Azevedo, entre outros. A consagração nacional veio aos 15 anos, quando venceu a eliminatória de A Grande Chance, programa de maior audiência da TV Tupi, apresentado por Flávio Cavalcanti.

Como qualquer adolescente de sua geração, Armandinho mergulhou de cabeça no rock: Beatles, Jimi Hendrix e Rolling Stones. Mas jamais deixou de lado suas origens e o legado que recebera do pai.

No Clube do Choro, ele será acompanhado por Henrique Neto (violão 7 cordas), Paula Zimbres (contrabaixo), Yacoce Simões (teclados) e Rafael dos Santos (bateria).

1 - Mistura sonora


Muito rock misturado com ritmos regionais e música clássica, essa foi a receita do grupo A Cor do Som, batizado por Caetano Veloso em 1977. Logo no seu primeiro ano, foram convidados a participar do Montreux Jazz Festival, na Suíça, tornando-se o primeiro grupo musical brasileiro a participar do evento. O sucesso foi tanto que o grupo resolveu lançar um disco ao vivo do show. Em seu primeiro disco A Cor do Som (WEA 1977) tinha como integrantes Dadi, baixo, Mu Carvalho, composição e teclados, Armandinho, composição e guitarra baiana, e Gustavo, bateria. A partir do segundo disco Live In Montreux, Ary Dias, percussão, passa a fazer parte da banda. Em 1985, o grupo se dissolveu. Alguns componentes ; como Armandinho e Mu Carvalho ; seguiram carreira solo. Em 1996, a banda juntou-se novamente para gravar o disco A Cor do Som ao vivo no circo, recebendo o prêmio Sharp de melhor grupo instrumental. Em 2005, com a formação original, a banda apresentou-se no Canecão, no Rio. O espetáculo, gravado ao vivo, gerou o CD e DVD A Cor do Som Acústico, lançado no mesmo ano.

Armandinho Macedo

Hoje, amanhã e sexta, no projeto Dorival para Sempre Caymmi, no Clube do Choro (SDC, Bl. G, Eixo Monumental, às 21h45. Ingressos a R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Não recomendado para menores de 14 anos.
Informações: 3224-0599.

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