postado em 30/11/2009 10:45
O octeto brasiliense As Walkirias, formado somente por mulheres, subverte o monopólio masculino nos conjuntos de jazz e prova que elas também são notáveis quando o assunto é improvisação instrumental.Ana Clara Melo (oboé), Letícia Oliveira (guitarra), Mirian Marques (trombone), Nathalia Fernandes (bateria), Paula Zimbres (baixo), Raquel Marques (piano), Thanise Silva (flautista) e Vanessa Prado (clarineta e sax alto) são alunas do professor Renato Vasconcellos, do Departamento de Música da Universidade de Brasília (UnB). ;Elas fazem aula de música de câmara comigo há dois semestres. Até o início de 2009, 90% dos alunos que se inscreviam eram rapazes, já que as moças se sentiam inseguras nesse ambiente de improvisação, liderado historicamente pelo sexo masculino;, conta Vasconcellos.
Formado no início do ano, As Walkirias é o primeiro grupo feminino de jazz e música instrumental brasileira da UnB. A trombonista Mirian Marques foi quem deu nome ao conjunto, que faz alusão às personagens da mitologia nórdica. ;Veio muito a calhar quando o Renato nos chamou para formar uma banda só de mulheres. Eu sempre quis fazer algo do tipo. Quando ele perguntou qual seria o nome, logo sugeri as guerreiras Walkirias!”, conta Mirian.
Mirian vê com otimismo o trabalho do octeto. ;Nós somos perfeccionistas. Até no improviso, não queremos errar e talvez isso nos diferencie dos garotos. Fazemos música com convicção, com conhecimento de causa;, enfatiza. As Walkirias também já pensam na possibilidade de gravar composições próprias. ;Eu pretendo compor. Já comecei a rascunhar coisas pro grupo. A gente tá bem entrosada, crescendo muito. Por que não registrar nosso trabalho em um disco?;, adianta. Com atitude e talento, as guerreiras lutam para consolidar a presença feminina no jazz instrumental.
AS WALKiRIAS
Segunda, às 21h, no Clube do Choro (Eixo Monumental). Ingressos a R$ 20 e R$ 10 (meia). Não recomendado para menores de 14 anos. Informações: 3224-0599.