Diversão e Arte

J. Velloso faz som mais que baiano em show na cidade

Irlam Rocha Lima
postado em 10/12/2009 08:12
Originário de Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo baiano, como toda a família, J. Velloso cresceu ouvindo samba de roda. Parceiro de mestres desse gênero musical, como Roque Ferreira e Roberto Mendes, ele, porém, não se considera um sambista, ou "apenas sambista". Suas referências musicais são várias e incluem o rock internacional, o Tropicalismo (movimento que teve o tio Caetano Veloso como um dos líderes), a tradição da música popular brasileira e a moderna MPB. "Ouço com igual prazer de Dalva de Oliveira a Céu, de Arnaldo Antunes aos Beatles", revela. J. Velloso lança um olhar novo para a MPB sem esquecer as raízesCompositor gravado por cantoras consagradas como Gal Costa, Daniela Mercury, Joanna, Zezé Motta, a sobrinha Belô Velloso e, principalmente a tia Maria Bethânia, J. Velloso demorou um pouco a assumir a porção canário. Isso só ocorreu há três anos. E a estreia não poderia ser mais chique. "Como diretor artístico da Missa dos Rosários dos Pretos e da lavagem da igreja de Santa Madeleine, em Paris, em 2006 fui convocado para cantar durante o evento", diz. Ele sentiu tanto prazer ao fazer aquele pequeno show na capital francesa que, na volta ao Brasil, passou a cantar em Salvador. "Fui convidado para fazer um show num barzinho cultural chamado Casa de Mãe, no Rio Vermelho. A princípio, seria uma coisa despretensiosa, mas acabei ficando em cartaz durante seis meses. Aí me animei e levei o show para algumas cidades brasileiras, inclusive São Paulo, e estive também em Portugal", conta. Nesta quinta (10/12), às 22h, e amanhã, às 22h30, no Feitiço Mineiro, será a vez de o brasiliense apreciar a música e a interpretação de J. Velloso, dono de um timbre muito próximo ao do tio famoso. "Estou na maior curiosidade em relação a esse show na capital, onde nunca me apresentei. Soube que o Feitiço é um lugar que há 20 anos acolhe os artistas da música com distinção e transformou-se em referência nessa área", comenta. Bem variado A trajetória artística do cantor começou em 2006, quando lançou pela Eldorado, gravadora paulista, o CD Aboio para um rinocerante, que contou com a participação de Bethânia e Caetano. Este ano, ele lançou J. Velloso e Os cavaleiros de Jorge, álbum com 13 faixas, bem variado em termos de estilos musicais - vai do samba do recôncavo ao pop, passando por ritmos nordestinos e modas de viola. Abre, por exemplo com medley Jorge Valente/Oração para São Jorge, que conta com o violino e a voz de Jorge Mautner, recitando versos inflamados. Ouça trecho da música Kirimuré

De Os cavaleiros de Jorge saiu a maior parte das músicas que integram o roteiro do show do Feitiço. Além das já citadas, o público ouvirá Foguete, Camaleão vaidoso, Feiticeira, Me dá um cheiro amor, Ipod, Eu sou preto (em que cita Sonho meu, samba de Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho). "Devo cantar, ainda, O que eu não conheço, Medo da chuva (Raul Seixas) e Eu vou tirar você deste lugar (Odair José)." J. Velloso terá dois convidados, o baiano Mazzo Guimarães e a paulista Mara Nascimento, e terá em sua companhia Raim Rodrigues (guitarra e violão), Rene (bateria) e André Luba (baixo e violão). J. VELLOSO Show do cantor e compositor e banda hoje, às 22h, e amanhã, às 22h30, no Feitiço Mineiro (306 Norte). Couvert artístico: R$ 25. Informações: 3272-3032.

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