Diversão e Arte

A fazenda global

postado em 07/01/2010 09:20
O maquiador paulista Dicésar Ferreira dos Santos não tem o perfil comum aos participantes do Brig brother Brasil. Aos 44 anos e longe da beleza de modelo, ele está entre as exceções que a produção do programa faz de vez em quando na hora da seleção. O que acontece, certamente, quando aparece algum candidato que não preenche o requisito de beldade, mas promete agregar dinamismo ao programa botando lenha na fogueira das discussões dentro da casa. Dicésar é um deles. Ainda mais que ele não é um só e, sim, dois. De peruca, salto alto e maquiagem pesada, ele se transforma em Dimmy Keer, drag queen que desde os anos 1990 circula por casas noturnas gays do país, com seus shows de dublagens e humor afiado. É quase uma celebridade. E não a única entre os nomes selecionados para a décima edição do reality show da Globo, que estreia no próximo dia 12. Caso da jornalista mineira Angélica, de 24 anos, que é apresentadora de um programa esportivo na tevê de Uberlândia, sua terra natal. Já a publicitária Tessália Serighelli, 22 anos, é conhecida no mundo virtual, com 119 mil seguidores em seu Twitter e até já foi contratada por Xuxa como "consultora de presença online". Além disso, já fez ensaio fotográfico para a revista Vip. Também foi via internet que o estudante paulistano Sérgio Francischini, 20 anos, ganhou fama no resto do país. Ficou conhecido como Sr. Orgastic, depois de postar vídeos e fotos na internet em que se apresentava com visual emo. Homossexual assumido, Sérgio fez de um fotolog meio de comunicação com os milhares de admiradores - ou não -, que chegou a ser o sétimo mais acessado do Brasil, com 9 mil visitas diárias. A presença dessas pseudocelebridades no Big brother Brasil aproxima o programa da Globo dos clones que ele mesmo produziu em outras emissoras. Ou seja, o Casa dos artistas, no SBT, e A fazenda, na Record. A diferença é que esses se assumem como programas de celebridades e acabam se tornando alvo de deboche dos críticos, já que as personalidades a que recorrem (ou recorreram) são na maioria mero candidatos à fama, de pouca expressividade. Fazendo o caminho oposto, ou seja, prometendo reunir anônimos e depois recorrendo a figuras de relativo sucesso, o BBB, assim como quem não quer nada, se apropria da ideia experimentada por seus imitadores. E dá a isso um certo ar de novidade e até de ousadia, o que promete renovar a fórmula desgastada por nove edições. Além do mais, vale-se da promessa de polêmica que algumas dessas trazem por motivos óbvios. Resta, portanto, aguardar para ver como isso vai funcionar. Tudo leva a crer que desta vez a fazenda, ou melhor, a casa do BBB vai pegar fogo.

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