Diversão e Arte

Dolce & Gabbana: uma ode aos bastidores

Agência France-Presse
postado em 28/02/2010 19:57

MILÃO - A moda é feita de trabalho duro, como bem lembraram os estilistas da Dolce & Gabbana neste domingo, ilustrando seu desfile na Semana de Moda de Milão com um vídeo mostrando o frenesi por trás de suas criações.

Grandes telas no alto da passarela mostravam closes do ateliê, estilistas desenhando, uma peça sendo criada no corpo de uma manequim. Tudo isso, poeticamente perfeito, acompanhado pelo som de violinos.

A cor preta dominou a coleção, com várias peças de lingerie, tendência desde que John Galliano fez um desfile para Dior com lingeries em evidência, no penúltimo dia da temporada outono inverno 2010-2011 da semana de moda milanesa.

Acima da passarela, as telas mostravam cenas de paparazzis fazendo fotos de celebridades e as filas e comoção provocada pelos desfiles de moda. A primeira modelo a pisar na passarela de Dolce & Gabbana deu o tom da coleção, com um blazer curto de abotoamento duplo sobre um short acetinado em look seguido por outro blazer combinado com bermudas. Em um jogo de mostra-esconde, um dos blazers mostrava um pedaço de bordado.

O desfile era preto total, até que toques de cores apareceram em forma de vermelho, verde e veludo vermelho rubi, junto a vestidos em cetim amarelo e vermelho com bustiês cobertos com renda preta. Os cabelos foram imaginados lisos, divididos ao meio e presos em coques baixos. Na maquiagem, apenas bocas em tons de vermelho fosco e vinho.

O final triunfante ficou por conta das modelos, todas juntas, vestindo nada mais do que jaquetas pretas e hot pants, os polêmicos shorts curtíssimos da última temporada, sobre as longas e nuas pernas.

Em outro show de moda, as modelos de Roberto Cavalli desfilaram entre candelabros e um cenário de paredes pintadas com móveis como que na decoração de uma casa. Antes do desfile, toda a atenção dos fotógrafos estava voltada para Elisabetta Canalis, modelo de lingerie da marca e namorada do astro de Hollywood George Clooney.

Cavalli, entrevistado por dois jornalistas, apareceu relaxado e bronzeado em um blazer preto com camisa jeans, e disse que o objetivo da coleção era ser ;sexy e tímida ao mesmo tempo;.

As calças harém, de modelagem ampla e ajuste nos tornozelos, mostravam a timidez a que Cavalli se referiu, mas outros looks da coleção exalaram confiança. Os estampados animais dominaram as peças, já que era um desfile de Cavalli, o rei da estampa animal. Nas cores, muitos cinzas claros e escuros, além de toques de vermelho. Nos pés, as sandálias abotinadas seguiam o padrão animal e sexy da marca.

Salvatore Ferragamo mostrou uma coleção de cortes clássicos concebidos como ;dinâmicos mas calmamente elegantes;.

Chapéus Fedora imprimiram um ar de sofisticação a essa coleção de tweeds, estampas de leopardo e marrons, pontuados aqui e ali com blusas de cetim com botas franzidas e sensuais sedas em marrom escuro.

Para a noite, Ferragamo propôs, para as mais atiradas, vestidos com um ar de diva hollywoodiana dos anos 40 em tecido parecido com lamê, grande tendência da temporada. Para as mulheres mais clássicas, mas que também gostam de luxo e glamour, a marca trouxe um look de túnica toda bordada em tons de dourado e calças pretas com brilho fosco.

Marco de Vincenzo levou um vento frio à passarela, com uma paleta de cinzas, marrons e verdes oliva, pintando uma paisagem desolada de inverno em combinações de cintura marcada em cintos largos de couro.

Os lábios apareceram pintados em vinhos quase pretos, nessa coleção assexuada com barras de todos os comprimentos possíveis. As malhas suavizaram o efeito sombrio, com destaque para um vestido combinado com cardigã amplo na parte de trás.

Os principais estilistas de Milão espremeram seus desfiles em um calendário de quatro dias após a polêmica criada pelo boato de que Anna Wintour, editora da edição americana da revista Vogue, encurtaria sua passagem pela cidade.

Wintour, inspiração para um livro e o famoso filme estrelado por Meryl Streep, "O Diabo Veste Prada", é muito respeitada pela maioria das pessoas mais influentes na indústria da moda.

Os desfiles de segunda-feira não incluem os grandes nomes da moda, mas o evento inteiro atraiu milhares de compradores de cerca de 40 países, além de aproximadamente 2.000 jornalistas.

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