Diversão e Arte

Conversa de percussão e trombone

Irlam Rocha Lima
postado em 26/05/2010 04:36

Bocato (E) e Boré: show no Clube do Choro até sexta-feiraMúsico gaúcho que iniciou a carreira em Brasília, Sérgio Boré fez parte da geração que antecedeu o boom do rock na década de 1980. À epoca, junto com Ney Rosauro e outros instrumentistas, formou a banda Margem, que se apresentava no circuito alternativo da cidade. ;Em 1975, Luis Melodia esteve aí para fazer show, fomos apresentados. Convidado para tocar com ele, me radiquei no Rio de Janeiro;, lembra o percussionista, que há 12 anos mora em Arraial D;Ajuda (BA).

No Rio, Boré integrou as bandas de Geraldo Azevedo, Zé Ramalho, Tim Maia. Com Gilberto Gil gravou e fez a turnê do Refavela; e com Gal Costa participou do Gal Tropical. ;Em 1982 passei a tocar com Ney Matogrosso e conheci o trombonista Itacyr Bocato, de quem me tornei amigo e parceiro. Somos também compadres, pois ele batizou Pedro Tupã, hoje com 19 anos, que é pandeirista e percussionista;, conta.

Boré e Bocato, que trabalharam juntos na Alemanha, onde realizaram vários trabalhos, vão se reencontrar de hoje (quarta-feira, 26/5) a sexta-feira, às 21h, no palco do Clube do Choro, em show pelo projeto Brasília, 50 anos ; Capital do choro, que terá a participação de Pedro Tupã e do contrabaixista Hamilton Pinheiro. ;Vai ser uma grande celebração em torno da música que fazemos, totalmente desvinculada daquela ouvida no rádio, ou em trilha sonora de novelas;, explica o percussionista.

Os dois vão mostrar no show músicas que fazem parte de discos que lançaram no fim do ano passado ; A rua das joias, de Boré, gravado em 2008 na Alemanha; e Hidrogênio, de Bocato, ambos com músicas autorais e inéditas. ;Entre os temas compostos do meu CD, que vamos tocar estão Ayvuerê, Faz bonito, Galope de horizonte e A bênção de Saricongo, que fiz para homenagear meu pai;, adianta Boré.

Depois de morar por mais de 10 anos na Europa, o percussionista voltou ao Brasil em 1997 e se fixou no Rio de Janeiro. Um ano depois instalou-se em Arraial D;Ajuda (ao lado de Porto Seguro, no sul da Bahia), onde, juntamente com a mulher, a chilena Pilar, criou a Casa de Tupan, um centro de apoio social e artístico. ;Ali, temos um estúdio, promovemos cursos, oficinas, shows e hospedam músicos, poetas e pessoas ligadas ao meio artístico;, conta.

Metalurgia

Paulista de São Bernardo do Campo, Bocato aprendeu música em casa. Ainda na infância tocou na bandinha da escola estadual, e o instrumento já era o trombone, que viria a ser ouvido tempos mais tarde em shows de Roberto Carlos, Rita Lee, Elis Regina, Arrigo Barnabé e outras feras da MPB. Criador da Banda Metalurgia, lançou o antológico álbum Tributo a Pixinguinha.

;Será um prazer imenso voltar a tocar com Boré, esse mestre da percussão e dos ritmos. Temos uma afinidade e uma identificação musical muito grande, desde quando nos conhecemos, tocando na banda de Ney Matogrosso;, comemora Bocato. ;Morei com a família dele em Hamburgo, na Alemanha, durante oito meses , em 1988, e lá fizemos muito som;. Cacique cantareira. Quizumba e Vento sul são algumas das músicas de Bocato que o público ouvirá no Clube do Choro.

SÉRGIO BORÉ E BOCATO
Show do percussionista gaúcho-brasiliense e do trombonista paulista, acompanhados por Pedro Tupam (pandeiro) e Hamilton Pinheiro (contrabaixo), de hoje a sexta-feira, às 21h, pelo projeto Brasília, 50 anos ; Capital do Choro. No Clube do Choro (Eixo Monumental, ao lado do Centro de Convenções Ulysses Guimarães). Ingresso: R$ 20 e R$ 10 (meia para estudantes). Não recomendado para menores de 14 anos. Informações: 3224-0599.

Assista a vídeo da música Ayvuerê, de Sérgio Boré e Tambores Urbanos

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