Diversão e Arte

Na batida de João Donato

O pianista "brasiliense" lança CD que reúne pela primeira vez dois parceiros de longa data: o baterista Robertinho Silva e o contrabaixista Luiz Alves

Irlam Rocha Lima
postado em 28/07/2010 07:00 / atualizado em 22/09/2020 14:45

O pianista João Donato mergulhou nos últimos 10 anos numa frenética roda viva em palcos e estúdios, com impressionante rotina de shows, gravação e lançamento de discos. Para este semestre, por exemplo, há a previsão de chegar às lojas dois álbuns: Água, que fez com Paula Morelenbaum, e Aquarius, com Joyce ; este já presente nos mercados europeu e japonês. No show que apresenta de hoje a sexta-feira, às 21h, no Clube do Choro, pelo projeto Brasília, 50 anos ; Capital do choro, o pianista e compositor acreano-brasiliense (1) lança o CD Sambolero, que saiu no começo do ano pela gravadora Universal Music. Ao seu lado no palco, estarão o baterista Robertinho Silva e o contrabaixista Luiz Alves, com quem gravou o álbum. Ouça a música Sambou, sambou, de João Donato e João Mello ;Toco com Robertinho e Luizão há pelo menos 30 anos. Já havia gravado com os dois separadamente, mas ainda não tinha feito nenhum disco de trio com eles. Essa oportunidade surgiu em 2008, a partir de convite do produtor João Samuel, inspirado no LP Muito à vontade, que gravei em 1962, em plena efervescência da bossa nova, acompanhado por Milton Banana (bateria), Tião Neto (contrabaixo) e Amaury Rodrigues (percussão);, conta Donato. Paulo Moura Algumas das músicas de Muito à vontade foram regravadas em Sambolero, agora com letras e novos arranjos e nomes. Villa Grazia virou Bananeira; Índio perdido, Lugar comum; e Jodel, Café com pão. ;Mantive o nome de Sambou, sambou, a única que fiz com letrista;, comenta. A elas, no CD e no roteiro do show, juntaram-se os clássicos Amazonas, A rã, Brisa do mar e Nasci para bailar, que também ganharam releitura. Haverá, ainda, uma homenagem ao clarinetista e saxofonista Paulo Moura, morto recentemente. O músico comemora o resultado desse projeto coproduzido por Rildo Hora e que contou com a participação especial de Zeca Pagodinho em Sambou, sambou. ;O disco recebeu ótimas críticas, entrou no Top 10 de fevereiro da revista Rolling Stone e foi indicado para o Prêmio da Música Popular, que acontece no dia 11, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Anteriormente, fiz o lançamento no teatro do Sesc Vila Mariana (São Paulo) e na Modern Sound (Rio).; No show do Clube do Choro, onde Donato participou de todos os projetos nesta década, haverá a participação especial de dois instrumentistas brasilienses, o saxofonista Ademir Júnior e o trompetista Moisés Alves. ;Me impressiono com o grande número de bons músicos que surgem em Brasília, alguns deles formados pela Escola Brasileira de Choro Raphael Rabelo, que virou referência nacional;, elogia. 1 - Casamento A vida e a carreira de João Donato tomaram novo rumo a partir de 1999, quando, durante um show no restaurante Carpe Diem (104 Sul), ele conheceu a servidora pública Ivone Belém. Ao passar a viver junto, o casal morou no Cruzeiro Velho e diante da presença marcante na cidade ele recebeu o título de Cidadão Honorário de Brasília. No Rio de Janeiro, onde se instalaram, há quatro anos, no aprazível bairro da Urca, de frente para o mar, Ivone tornou-se empresária do pianista e compositor acreano-brasiliense, passando a cuidar de todos os detalhes da trajetória artística dele, que ganhou nova dimensão. SAMBOLERO Show do pianista e compositor acreano, acompanhado por Robertinho Silva (bateria), Luiz Alves (contrabaixo) e a participação de Ademir Júnior (sax) e Moisés Alves (trompete) para lançamento do CD Sambolero, de hoje a sexta-feira, às 21h, pelo projeto Brasília, 50 Anos ; Capital do Choro. No Clube do Choro (Eixo Monumental, ao lado do Centro de Convenções Ulisses Guimarães). Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia). Não recomendado para menores de 14 anos. Informações: 3224-0599.

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