Diversão e Arte

Dado e o reino erudito

postado em 29/08/2010 09:20

O rock brasileiro que domina a programação das rádios e comove multidões de pré-adolescentes não faz a cabeça de Dado Villa-Lobos. ;Noto que é uma coisa um tanto infantil;, observa. Aos 45 anos, o ex-guitarrista da Legião Urbana se aventura em outras paisagens. Encontra refúgio nas criações de bandas independentes, como Cidadão Instigado e Do Amor. E, talvez para surpresa dos fãs, se dedica a um desafio à margem das FMs: convidado pela harpista Cristina Braga, cria conexões entre o erudito e o pop. ;Foi um encontro maravilhoso e diferente. No início fiquei meio travado, mas depois deu tudo certo;, lembra o músico, que colaborou em duas faixas do disco Feito um peixe, de Cristina.

A dupla está entre os destaques da 7; edição da Mostra Internacional de Música em Olinda (Mimo), que será realizada entre 1; e 7 de setembro. A organização do evento espera um público de 100 mil pessoas num festival que também conta com a participação de artistas como Egberto Gismonti, Tom Zé e o norte-americano Mike Stern. Para Dado, a sensação de visitar um reino distante do rock ;n; roll é um daqueles desafios que ele não costuma recusar. ;É o que me mantém vivo;, resume o sobrinho-neto de Heitor Villa-Lobos.

Dono de um estúdio de gravações no Rio de Janeiro, Dado se divide entre instrumentos e imagens. Desde Bufo e Spallanzani (2001), é requisitado para música de cinema. A próxima trilha, já em andamento, será para o curta brasiliense Braxília, de Danyella Proença, sobre a poesia de Nicolas Behr. Ao Correio, o guitarrista fala sobre o estado (segundo ele, periclitante) do mercado fonográfico, o gosto pela música clássica e os planos para novos tributos ao Legião Urbana.

Ouça trechos de entrevista com Dado Villa-Lobos.

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